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21/12/2010 - 15h41

População dos EUA tem o menor crescimento desde 1940

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DE SÃO PAULO

Atualizado às 16h34.

O censo dos Estados Unidos revelou nesta terça-feira que a população do país alcançou 308.745.538 até 1º de abril deste ano, o que significa um crescimento de 9,7% --o menor desde 1940, quando a população cresceu 7,3% e atingiu 132.164.569.

O censo anterior, realizado em 2000, indicava uma população de 281.421.906.

O diretor do censo, Robert Groves, disse em entrevista a jornalistas que cerca de 60% deste crescimento foi "natural", resultado do saldo de nascimentos sobre mortes, e outros 40% resultaram da imigração.

Questionado sobre os imigrantes ilegais, Groves afirmou que eles foram somados. "Em todo censo desde 1970, nós contamos todas as pessoas que vivem no país. Nós contamos moradores, sejam eles cidadãos ou não".

O Estado que mais cresceu foi Nevada, cuja população saltou de 1.201.833 para 1.998.257, um crescimento de 66.3%. Já o Estado com menor crescimento populacional foi o Distrito de Columbia, cuja população caiu de 606.900 para 572.059, queda de 5,7%.

O censo deste ano coloca os EUA no caminho dos países desenvolvidos na Europa e Ásia, onde o crescimento populacional é cada vez menor e chega a beirar números negativos.

A taxa recorde de 7,3% de crescimento foi atribuída à Grande Depressão de 1929 que contaminou toda a década seguinte em um cenário de altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica. Como o censo é realizado a cada dez anos, o resultado deste cenário negativo ficou refletida no censo de 1940.

DEPUTADOS

A divulgação do Censo 2010 causará ainda uma mudança na formação da Câmara dos Deputados americana, onde o número de legisladores é calculado proporcionalmente à população do Estado.

Cada distrito elege um deputado e o redesenho da Casa é oficialmente feito em resposta a mudanças populacionais medidas pelo censo.

Este ano, oito Estados devem ganhar membros na Câmara dos Deputados --Arizona, Flórida, Geórgia, Nevada, Carolina do Sul, Texas, Utah e Washington. Já outros dez vão perder legisladores, Illinois, Iowa, Louisiana, Massachusetts, Michigan, Missouri, Nova Jersey, Nova York, Ohio e Pensilvânia.

As mudanças em geral são feitas pelas Assembleias locais e pelos governadores (em apenas 8 dos 50 Estados o Executivo não participa). E é um fenômeno político comum o partido local majoritário usar as fronteiras de forma a garantir mais votos para si em cada área. A manobra é feita riscando o mapa de forma a incluir ou excluir eleitores de determinado partido ou faixa demográfica com a intenção de aumentar as chances do grupo no poder.

O processo é intitulado "gerrymandering", uma referência a Elbridge Gerry, governador de Massachusetts no século 19 que primeiro adotou a prática.

Neste ano, o processo pode ajudar a consolidar a vitória dos republicanos nas eleições. O partido de oposição comandará a partir de janeiro pelo menos 29 governos estaduais. São os governadores que definem como será feito o redesenho dos distritos, seja determinando onde estarão a fronteira dos novos distritos ou quais deles serão eliminados.

HISPÂNICOS

Resultados preliminares do censo já indicavam que os hispânicos nos EUA estão saindo de seus redutos tradicionais no sudoeste e passando a morar em Estados onde nunca houve uma presença muito forte de latinos, de acordo com dados preliminares do censo norte-americano deste ano.

"Durante muito tempo os latinos foram um fato da vida no Sudoeste americano, e só", disse John Weeks, professor de geografia e diretor do Centro Internacional de População da Universidade Estadual de San Diego. "Ao longo dos últimos 20 anos, porém, houve um crescimento de migrantes em locais como Charlotte [Carolina do Norte], originalmente levados para trabalhar na construção civil."

Os latinos lideram a transformação dos EUA, onde as minorias étnicas e raciais devem se tornar maioria até o meio do século, de acordo com projeções do órgão responsável pelo censo norte-americano.

Há mais de 45 milhões de hispânicos nos EUA, o dobro do número de 20 anos atrás, de acordo com o American Community Survey, divulgado este mês, antes dos dados do Censo Decenal de 2010, lançados na terça-feira. A pesquisa baseou-se em estimativas de cinco anos, de 2005 a 2009.

Há muito tempo presentes nos Estados da fronteira com o México, como o Arizona, os latinos cada vez mais se mudam para o interior dos EUA para trabalhar em Estados como Geórgia e Carolina do Norte, onde o número proporcional de hispânicos cresceu cerca de 50% desde 2000.

O Bureau do Censo projeta que a população hispânica norte-americana praticamente triplicará para mais de 130 milhões de habitantes até 2050, quando quase um em três residentes norte-americanos serão latinos.

O crescimento rápido em parte é resultado da imigração econômica maior proveniente do México e da América Latina, que ajudou a aumentar a população hispânica nascida fora dos EUA para 37 milhões, dos 31 milhões de uma década atrás.

Mas o número também indica uma taxa de natalidade relativamente alta entre os hispânicos, que tendem a ser pais mais jovens e a ter famílias maiores do que seus vizinhos brancos e negros, dizem os analistas.

Com agências de notícias

 

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