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30/12/2010 - 02h47

Mais que um craque, Ronaldo foi um dos personagens da década

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TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Quando Ronaldo chegou ao Corinthians, com uma grande festa, com um corpo de ex-atleta e sem brilhar várias partidas seguidas desde 2002, temi que todo o fascínio se transformasse em frustração.

Não foi o que ocorreu. O humilde torcedor do Corinthians sente-se honrado, agradecido, por ter no time o maior centroavante da história do futebol mundial em todos os tempos, ao lado de Romário, mesmo que Ronaldo não jogue ou jogue mal.

Ronaldo, pelos gols decisivos na Copa de 2002, Zidane, pelo Mundial de 2006 e pelo título de melhor do mundo em 2003 (ganhou também em 1998 e 2000), Ronaldinho, pelo magistral futebol durante três anos no Barcelona, e agora Messi, um ET, o melhor jogador do mundo desde o ano passado, são os grandes destaques da década no futebol.

Ricardo Nogueira-03.dez.10/Folhapress
Ronaldo durante treino no CT do Corinthians, na zona leste da capital paulista; ele é um dos personagens da década
Ronaldo durante treino no CT do Corinthians, na zona leste da capital paulista; ele é um dos personagens da década

O esplendor técnico e físico de Ronaldo foi na década passada, de 1993, quando chegou menino ao Cruzeiro, à Copa de 1998. Nesse Mundial, fora o último jogo, Ronaldo foi até melhor que em 2002. Até hoje, ninguém sabe, nem Ronaldo e os médicos, se o problema dele antes da final da Copa de 1998 foi uma convulsão ou um distúrbio emocional.

Ronaldo, por ter sido um fenômeno em campo, por ser o maior artilheiro de todas as copas, por ter sido três vezes eleito o melhor do mundo (1996, 1997 e 2002), por ter tido surpreendentes recuperações após graves contusões e cirurgias, e por ser simpático, carismático e um bom marqueteiro, se tornou uma celebridade mundial, mesmo que não jogue ou jogue mal.

Nesta década, como é característica do ser humano, ainda mais se for uma celebridade, Ronaldo teve comportamentos contraditórios fora de campo, pisou muito na bola e teve também belos gestos, dignos, como o recente, ao reconhecer mais um filho.

A beleza do gesto não está no reconhecimento da paternidade, que é sua obrigação, mas na maneira carinhosa que se referiu ao filho, lamentando que tenha perdido cinco anos de convivência.

Assim como é comum entre as celebridades, Ronaldo critica muito a imprensa por dar notícias de sua vida pessoal e, ao mesmo tempo, expõe sua intimidade.

Ronaldo, como também é frequente entre as celebridades, sofre de carência afetiva, de achar que nunca é reconhecido, amado e admirado como mereceria.

Ronaldo anunciou o término de sua carreira no fim de 2011. O que ele vai fazer? Se quiser, será, como Pelé, um garoto-propaganda de sucesso. Continuará ganhando muito dinheiro. Ou vai se tornar um cartola, presidente do Corinthians? Não terá concorrentes, a não ser que Lula queira também disputar o cargo.

 

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