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Década marcou surgimento e ascensão dos BRICs
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ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
Era novembro de 2001 e o economista britânico Jim O'Neill, do banco Goldman Sachs, provavelmente não imaginava que estava prestes a ganhar fama mundial.
Em um relatório distribuído para clientes naquele mês, O'Neill sugeria que o mundo deveria começar a prestar maior atenção à trajetória de Brasil, Rússia, Índia e China.
Para se referir aos quatro países, O'Neill combinou as letras iniciais de seus nomes. Nasciam os BRICs, acrônimo que funcionava como brincadeira com a palavra tijolo ("bricks" em inglês).
O economista sugeriu que os BRICs deveriam ter voz crescente nos assuntos de relevância global, já que seu peso econômico aumentaria ao longo da década.
Em 2003, o Goldman Sachs foi além e, em outro relatório, previu que, até meados do século, Brasil, Rússia, Índia e China tomariam das nações ricas o posto de maiores economias do mundo.
A partir desse momento, a fama do acrônimo --e, por tabela, a de O'Neill-- decolou.
BRICs entrou rapidamente para os dicionários econômico-financeiro, geopolítico e midiático e acabou se tornando o acrônimo mais badalado da década. Isso não quer dizer que as teses de O'Neill em relação aos quatro países nunca foram questionadas.
Não faltou quem sugerisse, por exemplo, que devido ao pálido crescimento da economia brasileira em comparação com a de seus pares, o país não merecia fazer parte do grupo.
Em anos mais recentes, enquanto o crescimento no Brasil ganhava fôlego, foi a vez de a Rússia --cuja dependência excessiva de petróleo causa preocupação-- ser colocada na berlinda.
Ainda assim, o termo BRICs virou uma espécie de selo de qualidade para os quatro países. E o balanço econômico do fim da década não poderia ser mais positivo para O'Neill e sua criatura.
Desde 2000, a China saltou do sexto para o segundo lugar no ranking de maiores economias. O Brasil passou da nona para a oitava posição. A Índia subiu da 13ª para a 11ª e a Rússia da 19ª para a décima.
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