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Irã diz que ainda não há acordo sobre data do diálogo nuclear em Istambul
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DA FRANCE PRESSE
A data para a nova rodada do diálogo nuclear com as grandes potências mundiais em Istambul não foi confirmada ainda, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
Em declarações divulgadas pela agência estatal de notícias Irna, o porta-voz explicou que "existe um acordo sobre o lugar, mas ainda não há uma data determinada". "O objetivo das próximas negociações com o 5+1 é dialogar sobre a colaboração nos pontos comuns", insistiu Mehmanparast.
Irã e o grupo chamado P5+1 --formado pelos Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha-- retomaram no dia 6 de dezembro, em Genebra, o diálogo sobre o programa nuclear iraniano após quase 14 meses de interrupção.
Ao concluir a reunião, responsáveis iranianos criticaram com dureza a postura da alta responsável de Política Externa europeia, Catherine Ashton, e a acusaram de faltar à verdade sobre o resultado e os temas tratados na mesma. A reunião foi encerrada com uma proposta para prosseguir com as conversas no final de janeiro em Istambul.
Grande parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos e Israel, acusa o regime iraniano de ocultar, sob seu programa civil, ambições bélicas cujo objetivo seria adquirir armas atômicas.
As suspeitas se centram, sobretudo, no programa de enriquecimento de urânio do Irã, país que advertiu que sob nenhum conceito renunciará a este direito.
Na véspera do encontro, o Irã enviou uma clara mensagem ao 5+1 anunciando que já é autossuficiente na produção de pó de urânio, material usado como base para a obtenção de urânio enriquecido.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, deixou claro que a interrupção total de seu programa nuclear está fora de questão e não será discutida nas reuniões.
ENTENDA
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou em junho uma sexta rodada de sanções contra o Irã, a fim de obrigar o país a retomar as conversações, algo que só ocorre nesta segunda-feira, 14 meses depois da implementação das medidas.
As potências desejam que o Irá suspenda o trabalho de enriquecimento de urânio --que pode ter uso tanto civil como militar-- em troca de benefícios diplomáticos.
O Irã sustenta que suas ambições nucleares são pacíficas e nega que busque desenvolver armas atômicas, mas se recusou a aceitar as exigências da ONU para que detenha o enriquecimento de urânio.
Em maio, após mediação de Brasil e Turquia, o Irã apresentou uma versão de um acordo nuclear, aprovado por Brasília e Ancara, mas os EUA e seus aliados recusaram a proposta e deram prosseguimento a uma série de sanções contra o país.
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