EUA desistiram por conta própria da moratória à colonização, alega Israel

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, revelou nesta segunda-feira que os Estados Unidos desistiram de exigir uma moratória sobre a colonização na Cisjordânia por iniciativa própria e não por que o Estado de Israel tenha negado a prorrogação da medida.

"Eu disse a [Barack] Obama que estava disposto a apresentar a moratória ao governo e a aplicá-la, mas recebi um telefonema dos americanos dizendo que não pediam mais a Israel que a prorrogasse", afirmou Netanyahu.

Em 7 de dezembro passado, os Estados Unidos reconheceram que haviam fracassado em seus esforços para convencer Israel a prolongar a moratória sobre a colonização, como exigiam os palestinos para retomar as negociações de paz.

"Ao contrário do que se diz, Israel não se negou a prorrogar a moratória", afirmou Netanyahu, segundo a imprensa israelense.

"Os Estados Unidos decidiram deixar de lado esse caminho, a meu ver com razão", acrescentou o primeiro-ministro israelense.

O porta-voz do Departamento de Estado Philip Crowley havia explicado que os Estados Unidos chegaram à conclusão de que a moratória "não criaria uma base firme para trabalhar pelo objetivo comum de chegar a um acordo".

Netanyahu tinha aceitado com reticências um plano da secretária americana de Estado, Hillary Clinton, que incluía uma moratória de três meses sobre a colonização, mas Israel exigia garantias escritas ao que foi oferecido por Washington e as partes não chegaram a um acordo sobre os detalhes.