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08/01/2011 - 03h21

Coreia do Norte propõe conversas com a do Sul para retomar turismo em Kumgang

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DE SÃO PAULO

A Coreia do Norte renovou neste sábado seu pedido de diálogo com Seul e propôs uma reunião antes da metade de fevereiro na cidade fronteiriça de Kaesong com o objetivo de retomar o turismo, informou a agência norte-coreana KCNA.

A agência cita um comunicado do Comitê norte-coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia, que solicita "a pronta e incondicional abertura de conversas entre as autoridades do Norte e do Sul".

O texto divulgado neste sábado propõe ainda uma reunião entre os representantes da Cruz Vermelha dos dois países na cidade norte-coreana de Kaesong "no final de janeiro ou na primeira metade de fevereiro" para a retomada do turismo sul-coreano ao monte Kumgang, na Coreia do Norte.

Este projeto turístico dos países vizinhos foi suspenso em 2008 quando uma turista sul-coreana morreu ao ser alvejada por um militar da Coreia do Norte após entrar em uma área restrita.

O comunicado acrescenta que o funcionamento do complexo industrial conjunto de Kaesong deve ser normalizado, "como uma medida de boa fé para a abertura de um canal de diálogo e da melhora das relações Norte-Sul".

No último fim de semana, a Coreia do Norte propôs manter conversas "adiantadas e incondicionais" com a Coreia do Sul para reduzir a tensão na região, elevada ao máximo após a troca de tiros de artilharia entre os Exércitos dos dois países na fronteira marítima ocidental em 23 de novembro.

Com o bombardeio norte-coreano contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, no Mar Amarelo, dois militares e dois civis da Coreia do Sul morreram.

O governo de Seul assinalou que "a porta para o diálogo está aberta", mas exige que o regime de Kim Jong-il primeiro demonstre a intenção de abandonar seu programa nuclear e se desculpe pelo ataque contra Yeonpyeong e pelo afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan".

CONFLITO

No ano passado, as tensões chegaram ao nível mais alto desde a Guerra da Coreia (1950-53), quando um navio da Marinha sul-coreana foi afundado por um ataque de torpedo atribuído por Seul à Coreia do Norte e quando, em novembro, o Norte atacou a ilha de Yeonpyeong.

Os incidentes, e as ameaças de retaliação de ambas as partes, abalaram os mercados financeiros brevemente. Alguns analistas disseram que o risco de um conflito mais amplo se intensificou, mas uma guerra em grande escala ainda é pouco provável.

O chefe de Operações Navais da Coreia do Sul, Kim Sung-chan, disse a jornalistas locais na sexta-feira (31) que as forças sul-coreanas e norte-americanas irão dobrar a escala dos exercícios conjuntos anti-submarinos planejados para este ano, incluindo os previstos para serem feitos em águas próximas da fronteira marítima disputada com a Coreia do Norte, segundo a Yonhap.

Na quarta-feira (5), a Coreia do Norte pediu negociações incondicionais com o Sul para aliviar as tensões. Seul rejeitou o convite, dizendo tratar-se de "propaganda política" que não leva a sério.

O aumento das tensões elevou as pressões para que seja retomado o diálogo com a Coreia do Norte, mas Seul e Washington rejeitaram as ofertas de Pyongyang e os chamados nesse sentido feitos pela China. A Coreia do Norte abandonou em 2008 as negociações que mantinha com Coreia do Sul, China, Japão, Rússia e EUA para ajuda em troca de desarmamento.

ANÁLISE

Analistas dizem que a agressão militar da Coreia do Norte, bem como a revelação de uma instalação nuclear de enriquecimento de urânio, antes secreta, são meios de elevar seu poder de barganha antes das conversações da qual tomam parte seis países --um fórum de onde anteriormente os norte-coreanos obtiveram substancial ajuda alimentar.

"Ambos os lados mantiveram uma profunda troca de opiniões sobre a situação na península coreana e as negociações envolvendo seis partes", disse o Ministério de Relações Exteriores da China depois do encontro de Bosworth com autoridades locais.

Os dois lados concordaram em manter a paz e a estabilidade na região e levar adiante o processo envolvendo as seis partes no diálogo, afirmou a Chancelaria.

Embora as duas Coreias defendam o diálogo para solucionar a crise, o Sul, bem como os EUA, não querem ser vistos como cedendo ao Norte, com as conversações e concessões que deseja.

Os Estados Unidos sugeriram que o Norte deve primeiro parar de provocar o seu vizinho, renovar o compromisso do pacto nuclear de 2005 e assumir a responsabilidade por ataques recentes.

Com Efe

 

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