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10/01/2011 - 10h36

Após morte de 14, tunisianos voltam às ruas em protesto antigoverno

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DA REUTERS, EM TUNIS

Os tunisianos voltaram às ruas nesta segunda-feira para protestar contra o governo em um dia, até o momento, de protestos pacíficos. Na véspera, confrontos entre policiais e manifestantes deixaram ao menos 14 civis mortos.

As mortes marcaram o mais violento dia de protestos que duram quase um mês. Os manifestantes dizem estar revoltados com a falta de empregos para os jovens e o que eles percebem como reação exagerada da polícia na tentativa de controlar os protestos.

As autoridades, por sua vez, dizem que os distúrbios foram o trabalho de uma minoria de extremistas violentos no país onde o governista Marcha pela Constituição e Democracia, do presidente Zine Al Abidine, domina o cenário político.

Khalil-9.jan.2011/AFP
Forças de segurança tunisianas entram em confronto com manifestantes no domingo; novo dia de protestos no país
Forças de segurança tunisianas entram em confronto com manifestantes no domingo; novo dia de protestos no país

Eles afirmam ainda que a polícia apenas atirou em defesa própria, quando foi atacada por manifestantes violentos, que ignoraram os disparos de alerta.

Em Rgeb, cidade que viu os piores protestos, começaram cedo nesta segunda-feira. O funeral das vítimas da violência da véspera rapidamente se transformou em um protesto barulhento.

Na capital Tunis, geralmente mais tranquila, os alunos encenaram uma outra passeata para denunciar a violência policial. As lojas, contudo, permanecem abertas e não há reforço visível na segurança.

No mais agitadas cidades de Thalia, Gassrine, Seliana, Rgeb e Meknassi, caminhões do Exército foram enviados para reforçar a segurança, disseram moradores.

O ministro das Comunicações da Tunísia, Samir Labidi, disse ao canal de televisão Al Jazeera que o Exército foi enviado para proteger prédios do governo e que não confrontaria os manifestantes.

O jornal "Asssabah" afirma que o presidente daria um discurso transmitido pela televisão nesta segunda-feira. Ele já alertou que os violentos protestos eram inaceitáveis e ferem os interesses nacionais.

Labidi, nomeado em uma reforma após o início dos protestos, disse neste domingo que o governo estava pronto para um diálogo com os jovens, o mais forte sinal até agora de que as autoridades podem estar prontas para algumas concessões.

O presidente Ben Ali está no poder há mais de duas décadas e foi reeleito há dois anos com quase 90% dos votos. Ele é o segundo presidente da Tunísia, ex-colônia francesa que obteve a independência em 1956.

Os Estados Unidos expressaram preocupação com a reação do governo aos protestos.

O país de cerca de 10 milhões de habitantes já foi elogiado por aliados do Ocidente como um modelo de estabilidade no mundo árabe, apesar de alguns grupos de direitos internacionais o acusarem de sufocar a dissidência.

A Tunísia tenta ganhar status de principal parceiro comercial da União Europeia, o que implica um respeito mais escrupuloso das liberdades civis.

 

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