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Reino Unido nega visto a pastor americano que ameaçou queimar Corão
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DA EFE,EM LONDRES
As autoridades britânicas negaram permissão de entrada ao pastor americano Terry Jones, que no ano passado causou polêmica ao ameaçar queimar cópias do Corão, o livro sagrado do islamismo.
Jones havia sido convidado para ir ao Reino Unido discursar para o grupo de direita England Is Ours (Inglaterra é nossa) na localidade de Milton Keynes, aos arredores de Londres.
O Ministério do Interior afirma que o governo "se opõe ao radicalismo de todas as formas" e por isso negou visto a Jones.
"Inúmeros comentários do pastor Jones são provas de comportamento inaceitável. Vir ao Reino Unido é um privilégio, não um direito, e não queremos permitir a entrada aos que com sua presença não propiciam o bem", assinalou um porta-voz de Interior. "O uso dos poderes de exclusão é muito sério e nenhuma decisão é tomada superficialmente ou como método para impedir um debate aberto", defendeu.
Mary Altaffer-16nov.10/AP | ||
O pastor Terry Jones, ao centro, lidera manifestação contra mesquita perto do Ground Zero, em Nova York |
Jones classificou a decisão de "injusta" e afirmou que sua visita seria "beneficente", em declarações à Rádio 5 da rede pública britânica BBC. Ele alegou ainda que a proibição é injusta já que sua filha vive na Inglaterra e seus netos são ingleses.
O pastor havia aceitado um convite para falar no próximo mês no evento do grupo onde previa discursar sobre sua oposição ao Islã e à construção de mesquitas no Reino Unido.
Jones, pastor do Dove World Outreach Center, na Flórida, que tem menos de 50 membros, ganhou notoriedade em setembro passado quando anunciou seus planos para criar o "Dia Internacional da Queima do Corão" por causa do aniversário dos atentados terroristas contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.
Jones protagoniza há anos uma dura campanha contra o islamismo, que rendeu até mesmo o livro "Islam Is of the Devil" ("Islã é do Demônio", em tradução livre). Nele, Jones conta que a religião islâmica é um risco à liberdade de todas as nações e tem como preceito a opressão e a violência. Sua causa, contudo, ganhou o mundo após começar a divulgar na internet a proposta para a data anual de queima do Corão.
Após grande destaque na imprensa americana e mundial, Jones afirmou que a condição para cancelar seus planos de queimar o Corão --condenados duramente ao redor do mundo e por todo o alto escalão dos EUA-- era que o imame Feisal Abdul Rauf mudasse o local de construção de uma mesquita em Nova York, prevista para poucas quadras do local dos atentados de 11 de Setembro.
Ele chegou a anunciar que o acordo havia sido concretizado, informação negada pouco depois pelos lideres muçulmanos. No 11 de Setembro, Jones chegou a ir a Nova York, mas sumiu dos olhos públicos e desistiu de seus planos.
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