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Milhares protestam contra o presidente no Iêmen
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DE SÃO PAULO
Dezenas de milhares de pessoas convocadas pelos principais partidos da oposição iemenita se concentraram nesta quinta-feira em quatro pontos da capital Sana para pedir que o presidente do país, Ali Abdullah Saleh, desista de uma nova reeleição.
Abdullah Saleh está no poder no Iêmen desde 1990.
"Não à reeleição, não à sucessão", cantavam os cerca de dez mil participantes de uma das quatro concentrações, realizada perto da Universidade do Iêmen, no centro de Sana, como constatou a agência de notícias Efe.
Hani Mohammed/AP | ||
Manifestantes no Iêmen exigem que o presidente Ali Abdullah Saleh desista da reeleição |
Os manifestantes foram convocados pelo comitê conjunto da oposição, que reúne seis formações lideradas pelo Partido da Reforma Islâmica e que engloba também vários partidos laicos, como o Partido Socialista e o Partido Baath.
Além disso, as pessoas concentradas gritavam palavras de ordem como "Quem supera o limite marcado pela constituição chega a Jidá", em uma clara referência ao presidente derrubado da Tunísia, Ben Ali, que fugiu para a cidade saudita após um mês de protestos.
Entre as concentrações, que a oposição assegurou que serão pacíficas, destaque também para a realizada junto à casa do falecido líder do Partido da Reforma Islâmica Abdullah Bin Hussein al Ahmar, situada no centro da cidade, nas proximidades da sede do Ministério do Interior.
As manifestações que começaram em dezembro e levaram à queda do presidente da Tunísia contagiaram vários países da região, como Egito e Iêmen, onde foram adotados os lemas dos manifestantes tunisianos.
POVO FURIOSO
"As massas árabes estão frustradas e zangadas, em toda parte".
A frase, dita por algum analista ocidental, soaria trivial, ante o que aconteceu na Tunísia, na Argélia e está acontecendo agora no Egito.
Mas, saída da boca de Amr Moussa, ganha profundo significado. Ele é o secretário-geral da Liga Árabe, o conglomerado de todos os países cujas massas estão "frustradas e zangadas".
Antes, foi chanceler precisamente do Egito, a aparente bola da vez na crise, durante dez anos, até 2001, quando assumiu o cargo atual. São, portanto, 20 anos no coração do establishment árabe, posição da qual se espera contemporização e não uma avaliação tão contundente, feita para Clóvis Rossi, enviado especial da Folha a Davos.
Leia a íntegra na edição desta quinta-feira da Folha, disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL.
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