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06/02/2011 - 18h09

Manifestação marca abertura do Fórum Social em Dacar

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DA FRANCE PRESSE, EM DACAR

O Fórum Social Mundial (FSM), a reunião anual antiglobalização que neste ano coincide com os protestos populares no mundo árabe, começou neste domingo em Dacar com uma passeata de milhares de pessoas e com a participação, entre outros, do presidente boliviano Evo Morales.

O número de participantes da manifestação foi avaliado em 10 mil por jornalistas no início do protesto, e chegou a 60 mil, segundo os organizadores, quando terminou com um comício em uma grande praça de Dacar.

Entre os participantes, encontrava-se o presidente boliviano Evo Morales e a líder do Partido Socialista francês, Martine Aubry.

"Vamos parar de olhar para o Magreb e para a África com compaixão. O que aconteceu na Tunísia demonstra que o povo pode voltar a ser dono de seu destino, seja qual forem seus meios. Talvez isso foi o que a Europa esqueceu", declarou Aubry.

Seyllou/AFP
Manifestantes exigem cartaz de protesto em passeata que marcou o primeiro dia do Fórum Social Mundial, em Dacar, na África
Manifestantes exibem cartaz em passeata que marcou o primeiro dia do Fórum Social Mundial, em Dacar (África)

Várias outras personalidades são esperadas em Dacar, entre elas o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o ex-presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva.

O FSM, realizado sempre logo depois do Fórum econômico mundial de Davos, se apresenta como contraponto à reunião da elite econômica e política, na exclusiva estação de esqui dos Alpes suíços.

ÁRABES

Em meio à multidão de participantes na manifestação de Dacar encontravam-se representantes dos países árabes que atualmente são palco de revoltas populares, entre eles o Egito.

"Estou entre os que pedem a saída de Hosni Mubarak (o presidente egípcio) para que o sangue derramado nas manifestações pacíficas dos últimos dias não tenha sido em vão", declarou Asma Han El Batraui, tradutora egípcia de 68 anos.

Comentando os acontecimentos de Egito e Tunísia, onde as revoltas populares obrigaram o presidente Zine El Abidine Ben Ali a fugir do país no dia 14 de janeiro, Mohammed Kabas, sindicalista marroquino de 65 anos, estimou que "a pressão das ruas é o que dá resultados".

"Jovens do Magreb, avancem para que a democracia seja instaurada", acrescentou Kabas, militante da União Geral de Trabalhadores Marroquinos (UGTM).

Os senegaleses que organizam o Fórum lembraram que eles também enfrentam graves dificuldades sociais e econômicas.

Uma das manifestantes segurava um cartas que dizia "Nas trevas até quando?", em alusão às inúmeras interrupções de energia elétrica que irritam cada vez mais os senegaleses.

ÁFRICA

Esta é a segunda vez desde a sua criação, em 2001 em Porto Alegre, que o Fórum é realizado na África, após a edição de Nairobi de 2007.

"A África ilustra um dos maiores fracassos em três décadas de políticas neoliberais", indica o comunicado de imprensa do FSM. "Os movimentos sociais e os cidadãos do mundo se unem aos povos africanos que se recusam a pagar o preço das crises atuais pelas quais não têm nenhuma responsabilidade", acrescenta o texto.

No Senegal, país dirigido há onze anos por Abdulaye Wade, fervoroso partidário do liberalismo, são realizadas há meses manifestações de jovens, muitas vezes violentas.

Desesperados, em meio ao desemprego e sem futuro, eles usam como pretexto os apagões recorrentes no país para expressar sua ira, a um ano da eleição presidencial, na qual Wade, 83 anos, pretende garantir um terceiro mandato.

 

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