Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/02/2011 - 08h49

Exército aumenta presença no Cairo após alerta de ministro

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Exército aumentou o número de militares e tanques nas ruas do Cairo, na véspera de mais uma grande marcha prevista na praça Tahrir. Com o fracasso das negociações, os manifestantes permanecem mobilizados pela queda imediata do ditador Hosni Mubarak.

Centenas de tanques, afirma o jornal espanhol "El Pais", foram enviados para Cidade Nasr, um subúrbio do leste de Cairo, e seguiram rumo ao centro da capital para evitar confrontos e violência na megamarcha convocada para esta sexta-feira.

Emilio Morenatti/AP
Manifestantes gritam em protesto contra governo no Parlamento, no Cairo; eles resistem há 17 dias
Manifestantes gritam em protesto contra governo no Parlamento, no Cairo; eles resistem há 17 dias

O reforço vem um dia depois do ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, aumentar o tom das ameaças do governo ao dizer que, "se o caos ocorrer", as Forças Armadas vão intervir nos protestos que reúnem milhares de egípcios há 17 dias no centro do Cairo.

Até o momento, o Exército tentou se manter distante da crise e não interveio nos confrontos da semana passada, usando seus tanques e soldados apenas para separar manifestantes anti e pró-Mubarak. Mas há denúncias de que os militares detiveram e torturaram centenas de manifestantes.

"Se o caos ocorrer, as Forças Armadas vão intervir para controlar o país, em um passo que levaria a uma situação muito difícil", disse Gheit ao canal Al Arabiya. "Nós temos que preservar a Constituição, mesmo que se for emendada".

"Nós temos 17 mil prisioneiros soltos, saídos de prisões que foram destruídas", disse Aboul Gheit, em entrevista a outro canal, PBS. "Como você pode me pedir para acabar com a lei de emergência enquanto eu estou em dificuldade?".

RESISTÊNCIA

Os manifestantes passaram a madrugada desta quinta-feira gritando "o povo quer a queda do regime", frase que resume os protestos contra Mubarak, que está no poder há quase 30 anos.

Os manifestantes também gritaram frases contra Alaa, filho mais velho do presidente.

Muitos exibiam fotos dos "mártires", as vítimas da violência que já matou 300 pessoas, segundo números da ONG Human Rights Watch.

Emilio Morenatti/AP
Manifestantes antigoverno correm por rua como parte do exercício diário após passar a noite na praça Tahrir
Manifestantes antigoverno correm por rua como parte do exercício diário após passar a noite na praça Tahrir

Novas barracas foram instaladas na praça situada no centro do Cairo, que virou o símbolo da revolta iniciada em 25 de janeiro e é ocupada desde o dia 28 do mês passado.

Na quarta-feira, centenas de pessoas cercaram o Parlamento e a sede do governo, que ficam frente a frente, e passaram a noite na calçada que leva ao Parlamento.

Nesta quinta-feira, as duas entradas da avenida que leva ao Parlamento estavam bloqueadas.

"Não a [Omar] Suleiman [o vice-presidente]!", "Não aos agentes americanos!", "Não aos espiões israelenses!", "Abaixo Mubarak!", gritavam os manifestantes.

"Se não morrermos aqui, morreremos na prisão. Prefiro morrer aqui", afirmou Attiya Abu El Ela, um desempregado de 24 anos.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página