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10/02/2011 - 11h08

Jovens que iniciaram protestos pedem renúncia de vice do Egito

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Movimento 6 de Abril, responsável por convocar a primeira manifestação em massa contra o regime egípcio em 25 de janeiro, pediu nesta quinta-feira a renúncia do vice-presidente do país, Omar Suleiman, enquanto milhares de pessoas continuam com os protestos em todo o país pelo 17º dia seguido.

Em comunicado postado em seu site, o grupo rejeitou o plano proposto na terça-feira passada por Suleiman para introduzir reformas constitucionais e exigiu "o abandono imediato do poder".

Os jovens do Movimento 6 de Abril também condenaram o tratamento "inaceitável" dado aos manifestantes por parte dos serviços secretos.

Suhaib Salem/Reuters
Manifestantes antigoverno fazem oração em frente ao prédio do Parlamento no Cairo, no 17º dia de protestos
Manifestantes antigoverno fazem oração em frente ao prédio do Parlamento no Cairo, no 17º dia de protestos

"O estilo dos serviços secretos impresso por Omar Suleiman [ex-chefe dos serviços de inteligência] em seu tratamento com os manifestantes na praça de Tahrir é inaceitável", indicam na nota.

Nessa praça, epicentro dos protestos políticos contra o ditador Hosni Mubarak, seguem concentrados milhares de manifestantes que pedem a renúncia do líder.

Quanto ao diálogo, asseguraram que "não rendeu nenhum fruto" e que dele participam partidos "fabricados" e "personalidades das quais não se conhece nada" para falar em nome dos jovens manifestantes em "uma tentativa de enganar o povo egípcio".

Além disso, disseram que o diálogo é apenas uma maneira de manter no poder as mesmas pessoas do regime.

Por outro lado, o grupo assegurou que é "uma mentira que as Forças Armadas não permitam a saída" do ditador, já que, em sua opinião, "a maioria rejeita Mubarak e o alto comando do Exército".

Segundo a nota, esta rejeição foi notada na rua com "o apoio de vários membros do exercito na proteção dos manifestantes".

O Movimento 6 de abril também denunciou que o regime prendeu alguns ativistas egípcios, ao contrário das declarações de Suleiman, que há dois dias assegurou que não perseguiria os participantes dos protestos.

17º DIA

O Exército aumentou o número de militares e tanques nas ruas do Cairo, na véspera de mais uma grande marcha prevista na praça Tahrir. Com o fracasso das negociações, os manifestantes permanecem mobilizados pela queda imediata do ditador Hosni Mubarak.

Suhaib Salem/Reuters
Menino grita frases antigoverno com bandeira do Egito nas mãos em frente ao Parlamento do Egito, no Cairo
Menino grita frases antigoverno com bandeira do Egito nas mãos em frente ao Parlamento do Egito, no Cairo

Centenas de tanques, afirma o jornal espanhol "El Pais", foram enviados para Cidade Nasr, um subúrbio do leste de Cairo, e seguiram rumo ao centro da capital para evitar confrontos e violência na megamarcha convocada para esta sexta-feira.

O reforço vem um dia depois do ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, aumentar o tom das ameaças do governo ao dizer que, "se o caos ocorrer", as Forças Armadas vão intervir nos protestos que reúnem milhares de egípcios há 17 dias no centro do Cairo.

Até o momento, o Exército tentou se manter distante da crise e não interveio nos confrontos da semana passada, usando seus tanques e soldados apenas para separar manifestantes anti e pró-Mubarak. Mas há denúncias de que os militares detiveram e torturaram centenas de manifestantes.

"Se o caos ocorrer, as Forças Armadas vão intervir para controlar o país, em um passo que levaria a uma situação muito difícil", disse Gheit ao canal Al Arabiya. 'Nós temos que preservar a Constituição, mesmo que se for emendada".

"Nós temos 17 mil prisioneiros soltos, saídos de prisões que foram destruídas", disse Aboul Gheit, em entrevista a outro canal, PBS. "Como você pode me pedir para acabar com a lei de emergência enquanto eu estou em dificuldade?."

RESISTÊNCIA

Os manifestantes passaram a madrugada desta quinta-feira gritando "o povo quer a queda do regime", frase que resume os protestos contra Mubarak, que está no poder há quase 30 anos.

Os manifestantes também gritaram frases contra Alaa, filho mais velho do presidente.

Muitos exibiam fotos dos "mártires", as vítimas da violência que já matou 300 pessoas, segundo números da ONG Human Rights Watch.

Suhaib Salem/Reuters
Manifestante segura cartaz com rosto do ditador Hosni Mubarak em frente ao Parlamento egípcio, no Cairo
Manifestante segura cartaz com rosto do ditador Hosni Mubarak em frente ao Parlamento egípcio, no Cairo
 

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