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10/02/2011 - 12h34

Mulheres prometem marchar em cem cidades contra Berlusconi

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O escândalo sexual Rubygate, que implica a uma menor de idade ao premiê da Itália, Silvio Berlusconi, esgotou a paciência de muitas italianas que, no próximo domingo, farão um grande protesto para "defender sua dignidade".

"Não é uma mobilização política. No começo foi um movimento espontâneo de mulheres muito diferentes, de todas as idades, artistas e pessoas normais", explicou Elisa Davoglio, uma poetisa de 35 anos que administra um blog criado para a ocasião.

Tony Gentile-9.fev.2011/Reuters
Silvio Berlusconi mostra os dentes durante entrevista coletiva no palácio Chigi, em Roma, em 9 de fevereiro
Silvio Berlusconi mostra os dentes durante entrevista coletiva no palácio Chigi, em Roma, em 9 de fevereiro

O manifesto das mulheres, intitulado: "Se não é agora, então quando?", assinado por mais de 50 mil mulheres em uma semana, denúncia "a representação indecente e repetida da mulher como objeto nu de comércio sexual nos jornais, na televisão e na publicidade".

"Estamos impressionadas com telefonemas de mulheres que querem participar, é como uma avalanche que nós não esperávamos", afirmou a cineasta Francesca Comencini, uma das organizadores, junto com sua irmã, Cristina, também cineasta.

Um vídeo foi postado no YouTube para chamar à mobilização de domingo.

Convocado por meio de redes sociais, o protesto está previsto para acontecer em cem cidades, entre elas Roma e Milão.

JULGAMENTO

Nesta quarta-feira, promotores italianos entraram com um pedido para levar o premiê do país, Silvio Berlusconi, a julgamento imediatamente por acusações de pagar para ter relações sexuais com uma menor de idade e por pressionar a polícia indevidamente para liberá-la da prisão.

O requerimento --que significa que os promotores têm evidências no caso para pular uma fase preliminar de audiências-- irá aumentar ainda mais a pressão sobre o premiê de 74 anos.

A ação, anunciada em um comunicado no momento em que Berlusconi está em Roma divulgando um plano para reviver a economia italiana, é provável que seja apenas um passo de uma potencialmente longa batalha jurídica.

Promotores de Milão dizem que Berlusconi pagou por sexo a um "número significante" de jovens mulheres, incluindo a dançarina marroquina Karima El Mahroug quando ela era menor de 18 anos, a idade mínima permitida legalmente para ser uma prostituta na Itália.

Também dizem que ele depois exerceu uma pressão indevida sobre policiais para que a jovem, conhecida como Ruby, fosse libertada de uma delegacia de polícia em Milão após ter sido detida sob acusações de roubo.

Após o pedido, um juiz terá cinco dias para decidir sobre o julgamento, apesar de o prazo poder ser estendido por alguns dias. Se o juiz concordar com o pedido, o julgamento poderá ter início em dois meses.

Berlusconi nega qualquer irregularidade e diz nunca ter pago por sexo. Segundo ele, promotores de esquerda motivados politicamente o estão perseguindo e tentando destruir sua carreira, e ele tem se negado a prestar depoimento até agora nas investigações do caso Ruby.

O escândalo surgiu em um momento difícil para o premiê, cujo poder foi enfraquecido por um racha em seu partido, o Povo pela Liberdade, no ano passado que custou a ele uma maioria segura no Parlamento.

As últimas pesquisas de opinião mostram que a investigação prejudicou Berlusconi, mas ainda não causou um golpe certeiro a ele.

Um levantamento publicado pelo jornal "Corriere della Sera" na segunda-feira mostrou que apenas 34% dos entrevistados pensam que o magnata da mídia deve permanecer como premiê.

Apesar disso, muitas pesquisas dizem que sua coalizão de centro-direita deve vencer uma eleição antecipada, a não ser que a oposição, que engloba antigos neofascistas e extremistas de esquerda, juntem-se e formem uma fronte unida.

 

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