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11/02/2011 - 12h32

Irmandade Muçulmana mostra rejeição a discurso de Mubarak

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder geral da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, mostrou nesta sexta-feira a "rejeição total" do grupo islâmico aos discursos pronunciados nesta quinta-feira pelo ditador egípcio, Hosni Mubarak, e o vice-presidente Omar Suleiman.

"Os dois comunicados emitidos por Mubarak e seu vice-presidente são totalmente rechaçados pelo povo e nós somos parte desse grande povo egípcio", disse Badia na primeira declaração oficial do grupo após os discursos da noite de quinta-feira de Mubarak e Suleiman.

Em comunicado divulgado no site do grupo, o maior da oposição egípcia, Badia denunciou o "estilo arrogante" do regime e "sua dureza", o que, segundo ele, "aumentará nossa revolução, que vemos crescer numericamente e se estender geograficamente".

Nesse sentido, Badia disse que a transferência de poderes ao vice-presidente anunciadas por Mubarak é parte de "um sistema de discursos enganosos com os quais pretende deixar sem efeito as exigências populares".

Além disso, exigiu que Mubarak "deixe totalmente o poder".

No esperado pronunciamento desta quinta-feira, feito após rumores de que ele poderia deixar o cargo, Mubarak rejeitou a influência de outros países em acontecimentos políticos em seu país, e prometeu fazer uma transição democrática até setembro deste ano. Parte de seus poderes foram passados para o vice-presidente, mas Mubarak permanece no cargo até as novas eleições.

Pedro Ugarte/AFP
Egípcios gritam frases contra o ditador Hosni Mubarak durante protesto na praça Tahrir, centro do Cairo
Egípcios gritam frases contra o ditador Hosni Mubarak durante protesto na praça Tahrir, centro do Cairo

"Não vou deixar-me influenciar por demandas ou ingerências de outros países", disse ele. "Começamos um diálogo nacional construtivo, e isto resultou em harmonia para que consigamos avançar a um cronograma e para que implementemos uma transição democrática até setembro."

Além de prometer punir os responsáveis pela repressão violenta aos protestos, o ditador admitiu as exigências dos manifestantes. "Suas demandas são justas e legítimas. Posso lhes dizer que eu, como presidente da República, respondo às causas de vocês e estou também constrangido", disse.

No entanto, deixou claro que se mantém à frente do país até as novas eleições, embora com parte de seus poderes sendo repassados a Suleiman. "Já disse antes que não vou concorrer às eleições de setembro e que me mantenho como protetor da Constituição e do povo egípcio. Esta promessa eu vou manter e me comprometo a transferir o poder a quem vencer as eleições de setembro", afirmou.

Pouco após receber parte dos poderes de governo do ditador Hosni Mubarak, o vice-presidente egípcio Omar Suleiman falou à nação na TV estatal pedindo aos manifestantes que voltem para casa e para seus postos de trabalho, solicitando assim o fim dos protestos.

"Aos que estão preocupados com a estabilidade do Egito, peço que se unam para o bem do país", afirmou Suleiman em seu primeiro pronunciamento após receber poderes do ditador Mubarak.

O vice causou polêmica ao dizer que os manifestantes não devem dar atenção às emissoras por satélite (estrangeiras como as árabes Al Jazeera e Al Arabiya, a britânica BBC e a americana CNN) "que não têm interesse no benefício do Egito".

 

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