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Hosni Mubarak estava há quase 30 anos no poder; saiba mais
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DE SÃO PAULO
O ditador egípcio, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira após quase 30 anos de um governo de mão de ferro.
O povo celebrou com gritos, bandeiras e canções a saída do ditador de 82 anos, após 18 dias de intensos protestos populares que chegaram a reunir mais de 1 milhão em todo país.
Nascido em 1928 no Delta do Nilo, Mubarak ascendeu na Força Aérea como piloto de combate. Em 1973, liderava as Forças Aéreas na guerra de Yom Kippur com Israel.
Ele ficou no cargo por mais dois anos, quando o então presidente, Anuar El Sadat, o nomeou como vice. Mubarak assumiu a Presidência quando islamitas mataram a tiros El Sadat, em um desfile militar em 1981. O ex-comandante da Força Aérea provou ser um líder muito mais durável do que qualquer um imaginava na época.
Amr Nabil-8.fev.2011/AP | ||
Ditador Hosni Mubarak no palácio presidencial em reunião com ministros; ele está há quase 30 anos no poder |
Com uma ideologia indefinida e sem grande carisma, Mubarak apostou em se converter em um grande mediador do Oriente Médio e em manter a paz com Israel. Com esta política e com a ajuda dos Estados Unidos, conquistou a imagem de estadista e aliado do Ocidente na região.
Mas no interior do país, Mubarak exerceu mão de ferro, com a ajuda da Lei de Emergência, vigente durante todo seu mandato. Ele justificava a medida dizendo que foi o que ajudou a conter a onda de terrorismo islâmico que atingiu o Egito nos anos 90.
Com o argumento de combater o terrorismo, ele suspendeu a liberdade da imprensa e de associação, ampliou os poderes das forças de segurança e anulou os direitos civis e políticos --como o direito da greve.
Ele resistiu por anos a qualquer mudança política significativa, mesmo sob pressão dos EUA, que investiram bilhões em dólares de ajuda militar e além de outras ajudas para o Egito desde que se tornou o primeiro estado árabe a fazer a paz com Israel, ao assinar um tratado em 1979.
Mubarak venceu a primeira eleição presidencial com muitos candidatos em 2005, apesar de não haver dúvidas que seu principal rival chegaria a um distante segundo lugar. Grupos de direitos humanos e observadores disseram que a eleição foi marcada por irregularidades.
Nas eleições legislativas de novembro passado, o partido de Mubarak ganhou cerca de 90% dos assentos no Parlamento, que viu a principal oposição islamista perder todos os seus 88 lugares, garantindo ao partido de Mubarak as decisões do Parlamento e apertando o punho Mubarak no poder.
Os egípcios viram uma alternativa ao ditador quando na Tunísia, em 14 de janeiro, o ditador Zine el Abdine Ben Ali foi derrubado pela Revolução Jasmim. Desde 25 de janeiro, milhares de egípcios ocuparam a praça Tahrir, no centro do Cairo, e várias outras cidades pedindo a saída imediata dele e recusando qualquer oferta de diálogo ou reforma enquanto ele estivesse no poder.
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