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14/02/2011 - 08h15

Exército do Egito dá ultimato a últimos manifestantes em praça

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Exército do Egito fez um ultimato nesta segunda-feira para que dezenas de manifestantes que continuam na praça Tahrir, local que foi o epicentro do movimento que acarretou a renúncia do ex-ditador do país, Hosni Mubarak, deixem o local para que a vida na capital egípcia voltem ao normal ou poderão ser presos.

No domingo, soldados entraram em confronto com manifestantes enquanto tentavam fazer com que o tráfego voltasse a fluir pela praça, localizada no centro do Cairo. Algumas pessoas insistiram em ficar, determinados a esperar ali até que suas demandas --de governo civil e um sistema livre e democrático-- sejam atendidas.

Hussein Malla/AP
Soldado observa manifestantes que deixam a praça Tahrir, no centro Cairo, após ultimato de Conselho
Soldado observa manifestantes que deixam a praça Tahrir, no centro Cairo, após ultimato de Conselho

"Temos meia hora para partir. Fomos isolados pela polícia militar. Não sabemos o que fazer, Estamos discutindo agora o que fazer", disse Yahya Saqr à agência de notícias Reuters, acrescentando que um oficial militar lhes disse que eles "têm uma hora para esvaziar a praça, ou então serão presos".

Os policiais militares cercaram os manifestantes, agora apenas cerca de 40. Ativistas disseram que dois deles haviam sido presos.

Nesta segunda-feira, o tráfego de veículos fluía com poucos obstáculos na área, onde nas últimas semanas se concentraram milhares de manifestantes que derrubaram na sexta-feira (11) o presidente Hosni Mubarak.

A maioria das faixas contrárias ao ex-ditador foram removidas da praça, mas fotos de jovens egípcios mortos durante os protestos e chamados de "mártires da revolução" continuam penduradas nos postos de iluminação pública.

Líderes das manifestações afirmaram que os egípcios irão protestar nas ruas de novo se suas demandas não forem atendidas. Eles planejam uma grande "Marcha da Vitória" para a próxima sexta-feira para celebrar a revolução, e talvez até lembrar os militares do poder das ruas.

O Conselho Supremo das Forças Armadas estão afirmando seu comando do país após a queda de Mubarak.

No domingo, o conselho atendeu às três principais demandas dos manifestantes da oposição ao anunciar a dissolução do Parlamento, a suspensão da Constituição e determinou que o período de transição política até a formação de um poder civil se prolongará por seis meses ou até que eleições presidencial e parlamentar.

As ações foram comemoradas por aqueles que veem tanto o Parlamento quanto a Constituição como desvirtuados para atender a objetivos pessoas do ex-ditador.

Enquanto isso, segundo uma fonte militar que falou à Reuters sob condição de anonimato, que o conselho está planejando emitir ordens para reprimir novas manifestações para que o país volte a funcionar.

O conselho decretou que a segunda-feira é feriado bancário. Nesta terça, há um feriado nacional para marcar o nascimento do profeta Maomé.

Eleições livres e justas serão realizadas sob uma Constituição revisada, dizem os militares, que, no entanto, não dão nenhum prazo além de dizer que ficará no comando "por um período temporário de seis meses ou até o fim das eleições para as câmaras baixa e alta do Parlamento, e eleições presidenciais".

O conselho também não dá detalhes sobre se haverá participação de civis ou de outros grupos na alteração de leis durante a transição.

Marco Longari/AFP
Egípcios que ainda continuam na praça Tahrir seguram fotos dos que morreram durante protestos antigoverno
Egípcios que ainda continuam na praça Tahrir seguram fotos dos que morreram durante protestos antigoverno

EUA

Horas após o Conselho Supremo das Forças Armadas ter anunciado a dissolução do Parlamento e a suspensão da Constituição, o Departamento de Estado dos EUA disse ter recebido do chanceler egípcio garantias de que os militares estão comprometidos com a transição de poder a um governo civil.

De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip J. Crowley, o chefe de Relações Exteriores egípcio teria enviado mensagens à chefe da diplomacia dos EUA, Hillary Clinton, que na tarde deste domingo telefonou para vários colegas em diversos países do mundo.

Hillary tratou da crise no Egito com os chanceleres da Itália, Grécia, Itália, Reino Unido e União Europeia.

 

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