Secretário da Defesa dos EUA critica corte de verbas

O secretário da Defesa americano, Robert Gates, advertiu nesta quarta-feira legisladores do Congresso sobre a realização de importantes cortes orçamentários no Pentágono, alegando que tais cortes podem fragilizar as Forças Armadas.

"Nós reduzimos nossos meios em relação a nossas responsabilidades em matéria de segurança mundial a nosso risco e perigo", disse Gates durante intervenção escrita que deve ser feita nesta quarta-feira diante da Comissão de Defesa da Câmara dos Representantes.

"As reduções drásticas da envergadura e da potência das Forças Armadas americanas reforçam o risco de conflitos armados, com um custo inaceitável em termos de vidas americanas e para o Tesouro", insistiu.

Seus comentários ocorrem em um momento em que os republicanos, majoritários na Câmara dos Representantes, tentam impor uma estrita disciplina orçamentária que se consiste em congelar o financiamento a alguns programas de governo no mesmo patamar que no ano passado e impor dolorosos cortes a muitos outros.

O presidente Barack Obama solicitou um total de US$ 549 bilhões para o Pentágono este ano, mas o plano republicano o reduziria para US$ 526 bilhões (US$ 23 bilhões a menos), disse Gates.

Caso ocorra, o corte poderá causar "importantes perturbações" em vários programas cruciais de armamentos, completou o funcionário.

DEFICIT

O orçamento de 2012 anunciado nesta segunda-feira por Obama apresenta uma redução de 2%, a US$ 3,72 trilhões, para diminuir o deficit na expectativa de uma aguardada alta da arrecadação fiscal.

O deficit chegaria em 2012 a US$ 1,1 trilhão, 7% do PIB (Produto Interno Bruto) americano, ante um recorde de US$ 1,64 trilhão (10,9% do PIB) previsto para o ano fiscal de 2011, afirmaram fontes do governo que pediram anonimato.

Com o retorno do crescimento, o Executivo conta com um aumento de 21% na arrecadação fiscal em 2012, a US$ 2,62 trilhões.