Milhares de tunisianos protestam contra governo de transição

Milhares de tunisianos protestaram nesta sexta-feira em várias partes do centro de Túnis, como na avenida Habib Bourguiba e diante do Palácio de Governo, reivindicando a renúncia do Executivo de transição e do primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

Ao grande protesto diante o escritório do primeiro-ministro, para o qual chegaram cada vez mais pessoas, se somou a de milhares de manifestantes diante do Ministério do Interior pedindo a saída de Ghannouchi e uma nova Constituição para o país.

Todas as ruas que levam ao Palácio de Governo permaneceram dominadas por manifestantes, em sua maioria estudantes, que gritaram frases como "Fora, Ghannouchi".

Centenas de manifestantes subiram nos telhados e nos balcões dos edifícios nos arredores da praça e sacudiram bandeiras tunisianas, além de várias bandeiras da independência líbias, anterior ao regime de Muammar Gaddafi.

As escolas e universidades do país fecharam nesta sexta-feira suas portas por causa da convocação de manifestações pelos líderes estudantis.

	Zoubeir Souissi/Reuters
	Tunisianos pedem renúncia de governo de transição com bandeira retratando o premiê Mohamed Ghannouchi

Pessoas continuaram chegando às duas manifestações paralelas e as autoridades tunisianas não mobilizaram nenhum tipo de força da ordem na capital, mas unidades de forças militares vigiavam alguns edifícios públicos.

Segundo fontes policiais, o número de manifestantes pode ter chegado a 100 mil, no que representaria o maior protesto desde que tiveram início as revoltas pela queda do presidente deposto, Zine El Abidine Ben Ali.

A praça de Túnis se transformou poucos dias depois da fuga de Ben Ali do país no palco dos protestos contra o governo, especialmente dos habitantes das regiões mais abandonadas do interior do país.

Os manifestantes não deixaram o local até que conseguissem tirar do governo de transição todos os ministros do antigo regime.

Na quinta-feira, a nova manifestação diante da sede do governo contou com cerca de 3.000 pessoas.