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ONU apoia proposta do Peru para diminuir despesas em armamento
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DA EFE, EM LIMA
A ONU (Organização das Nações Unidas) apoia a iniciativa do presidente peruano, Alan García, para diminuir as despesas em armamento na América do Sul, mas não acredita que exista uma corrida armamentista na região, afirmou nesta terça-feira o alto-representante do Secretário Geral das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento, Sérgio Duarte.
Em reunião com jornalistas em Lima, Duarte afirmou que "a ONU apoia a iniciativa" de García, que propôs à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) diminuir parte das despesas em armamento para destinar esse dinheiro para desenvolvimento, educação e saúde.
"É muito bom dedicar esse orçamento (economizado) à saúde e à educação, mas isso dependerá obviamente de cada um dos países. De nossa parte, há um grande apoio [à proposta]", ressaltou Duarte.
O diplomata brasileiro citou dados divulgados pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, por sua sigla em inglês) que, segundo ele, indicam que não existe uma corrida armamentista na região.
"A evolução de despesas militares não parece indicar uma corrida armamentista, mas uma modernização [na aquisição de armamento]", disse.
García, que promove sua iniciativa há três anos, declarou na segunda-feira que os países da Unasul fizeram acordos para a aquisição de novas armas por US$ 59 bilhões desde 2009 e considerou "uma maldição e um absurdo" que já se fale em uma possível aquisição de submarinos atômicos na região.
"Não se justifica, muito menos em meio a tantos bons propósitos de integração, que continuemos esta corrida absurda", disse o presidente peruano em alusão às compras de armas.
Ao se referir ao contexto internacional, Duarte assegurou que "todos os países reconhecem que há um excesso de armas nucleares no mundo", calculadas em cerca de 23 mil.
"Houve uma diminuição em comparação às 60 mil que existiram em algum momento durante a Guerra Fria. O problema é que não sabemos onde estão [as armas que supostamente foram desativadas]", destacou.
Duarte disse ainda que todos os países da América Latina e do Caribe são membros do Tratado de Tlatelolco --sobre a não-proliferação de armas nucleares--, e mantêm o compromisso de aceitar a supervisão da ONU.
"Não existe nenhuma dúvida sobre algum país que não esteja cumprindo este compromisso, mas é importante que se saiba que existe esse controle", ressaltou.
Ele acrescentou que a América Latina "está completamente livre de dúvidas e desconfiança" sobre uma eventual presença de armas nucleares.
"A América Latina é um exemplo, pelo menos em armas nucleares", afirmou ele, que acrescentou que "seria útil se todos os países pudessem comparecer com sua informação" sobre despesas militares.
Duarte chegou a Lima para participar de um seminário sobre paz, segurança e desenvolvimento na América Latina organizado pelo Ministério das Relações Exteriores peruano e que reúne especialistas internacionais em temas como o desarmamento e a limitação de despesas militares.
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