Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/03/2011 - 17h08

Ditador do Iêmen pede desculpas aos EUA; 2 morrem em protestos

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, telefonou nesta quarta-feira para a Casa Branca para expressar seu arrependimento pelos "desentendimentos" relacionados a seus comentários, no dia anterior, sobre o papel dos Estados Unidos e de Israel nos protestos em seu país e disse que está firmemente comprometido com reforma política. O movimento ocorreu no mesmo dia em que novos protestos antirregime deixaram ao menos dois mortos no país, segundo fontes médicas.

Saleh, um aliado-chave de Washington contra um ressurgente braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen, ligou para o conselheiro americano para contraterrorismo, John Brennan, "para transmitir seu arrependimento pelos desentendimentos relacionados a suas declarações públicas de que Israel e os EUA tem participado em atividades desestabilizadores em países árabes", diz um comunicado da Casa Branca.

Khaled Abdullah /Reuters
Iemenita grita frases contra o ditador Ali Abdullah Saleh na Universidade de Sanaa, capital do país
Iemenita grita frases contra o ditador Ali Abdullah Saleh na Universidade de Sanaa, capital do país

Em resposta, Brennan reiterou os pedidos do presidente americano, Barack Obama, para que todos os lados persigam seus interesses de uma maneira não violenta, diz o texto.

Na terça-feira, o ditador acusou Washington de instigar os protestos contra seu regime. "Vou revelar um segredo", afirmou o ditador em um discurso para cerca de 500 estudantes e acadêmicos na Universidade de Sanaa. "Há uma sala de operações em Tel Aviv com o objetivo de desestabilizar o mundo árabe. A sala de operações é em Tel Aviv e é comandada pela Casa Branca."

Ele disse que figuras da oposição se reúnem regularmente com o embaixador americano em Sanaa para coordenar os esforços.

"Infelizmente aquelas [figuras de oposição] estão sentando dia e noite com o embaixador americano onde entregam a ele relatórios e ele dá a eles instruções", alegou.

"Os americanos também conversam com funcionários do governo sobre isso [os protestos], mas eles dizem, 'permita que essas pessoas protestem nas ruas'. Dizemos que isso é uma agenda sionista."

Saleh acusou Obama de se intrometer nos assuntos dos países árabes. "Por que ele está interferindo? Ele é o presidente dos EUA ou o presidente do mundo árabe?"

Em outro sinal de desafio, o ditador demitiu cinco dos 22 governadores provinciais, segundo um funcionário do governo. Três deles foram demitidos por terem feito críticas sobre a repressão de Saleh contra os manifestantes.

O ditador tem repetido que não irá renunciar antes das eleições presidenciais de 2013.

NOVOS PROTESTOS

Ao menos duas pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas nesta quarta-feira, quando policiais dispararam tiros contra um grupo de manifestantes na província de Lahech, no sul do Iêmen.

A polícia abriu fogo contra dezenas de manifestantes contrários a Saleh, que haviam entrado em um conjunto de moradias no bairro de Sabar, na cidade de Lahech.

Segundo testemunhas, os disparos foram feitos quando os policiais tentavam tirar os manifestantes do local, que é chamado Al Saleh, em alusão ao ditador do país.

Yahya Arhab/Efe
Manifestantes usam sprays de espuma durante uma manifestação convocada pela oposição em Sanaa, Iêmen
Manifestantes usam sprays de espuma durante uma manifestação convocada pela oposição em Sanaa, Iêmen

As moradias são parte de um plano do governo que tem o objetivo de construir casas para pessoas de baixa renda.

A manifestação não foi a primeira registrada na província, que tem sido palco de maciços protestos desde o início da revolta contra o regime de Saleh em 27 de janeiro.

A pressão das ruas fez com que Saleh demitisse, na terça-feira, o governador desta e de outras quatro províncias, transferidos para postos governamentais na capital.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página