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03/03/2011 - 15h08

Oposição no Bahrein pede renúncia do governo antes de negociações

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os principais grupos de oposição no Bahrein exigiram nesta quinta-feira a renúncia do governo antes de participar o diálogo nacional oferecido pela monarquia após os protestos antirregime que estouraram no país em 14 de fevereiro.

A demanda foi feita por seis grupos opositores em uma carta dirigida ao príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bin Hamad Al Khalifa, encarregado de realizar o diálogo com o objetivo de acabar com a tensão política no pequeno, mas rico reino.

Hasan Jamali/AP
Líderes da oposição do Bahrein concedem entrevista coletiva para anunciar seus termos para negociar
Líderes da oposição do Bahrein concedem entrevista coletiva para anunciar seus termos para negociar

A carta --que foi assinada por opositores xiitas, esquerdistas e pan-árabes-- exige também a liberação dos presos políticos e que as autoridades garantam os direitos e a segurança dos manifestantes reunidos na praça Lulu, no centro da capital do país, Manama.

Mesmo assim, o texto --que foi distribuído entre os periodistas em uma coletiva de imprensa-- pede que uma comissão independente investigue e leve a julgamento os responsáveis pelas sete mortes de manifestantes pela repressão policial.

Ali Salman, secretário-geral do Al Wefaq, o principal partido opositor, disse que "o povo tem o direito de eleger seu governo".

"Esse é um compromisso que o governo do Bahrein fez no passado em virtude de acordos internacionais", afirmou Salman, cujo partido representa a comunidade xiita, que representa 70% da população.

Ele disse que, por esse motivo, a oposição faz um chamado internacional para "assegurar que o governo bareinita cumpra com o que se comprometeu".

Espera-se que a oposição realize amanhã uma nova manifestação para pedir a renúncia do governo.

O rei do Bahrein, Hamad bin Issa AL Khalifa, remodelou no último fim de semana seu governo e demitiu algumas das figuras mais controversas, dando novas funções a ministros que já faziam parte de seu gabinete.

O Bahrein é o primeiro Estado do golfo a ser atingido pelas revoltas no mundo árabe.

A revolta é altamente significante para Washington porque o Bahrein está no centro de sua estratégia militar para a região --a quinta frota naval americana está estacionada lá. Trata-se do principal contrapeso do Pentágono na região contra as ambições militares crescentes do Irã.

Ao mesmo tempo, a monarquia sunita do Bahrein está sob pressão da Arábia Saudita e de outros governantes do golfo para não ceder a manifestantes liderados por xiitas, temendo que isso possa criar mais apoio ao Irã.

Os xiitas representam 70% de um total de 525 mil habitantes do Bahrein, mas há muito reclamam de discriminação sistemática e outros abusos pela dinastia sunita que governa o país por mais de dois séculos.

Como ponto de partida de possíveis conversações, muitos manifestantes pediram para que a monarquia renuncie à maioria de seus poderes e privilégios a um Parlamento eleito.

Autoridades bareinitas têm oferecido negociações com grupos de oposição para tentar amenizar a crise, mas a oposição parece não estar com pressa de conversar com o príncipe xeque Salman bin Hamad al Khalifa, que foi designado pelo rei para liderar o diálogo.

Hasan Jamali/AP
Manifestantes antirregime empunham bandeiras do Bahrein em cima de um caminhão na capital, Manama
Manifestantes antirregime empunham bandeiras do Bahrein em cima de um caminhão na capital, Manama

Sua principal demanda é a renúncia do governo que é responsável pelo banho de sangue da semana passada e que é liderado pelo mesmo primeiro-ministro --que é tio do rei-- por 40 anos.

Outras demandas incluem a abolição dos privilégios da monarquia em definir políticas e apontar todos os postos políticos principais, e responder às reclamações de que os xiitas são discriminados, mesmo representando 70% de um total de 525 mil cidadãos bareinitas.

 

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