Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/03/2011 - 18h55

Japão sofre quatro fortes tremores em apenas três horas

Publicidade

DE SÃO PAULO

Ao menos quatro fortes terremotos atingiram nas últimas três horas a costa leste de Honshu, no Japão, atrapalhando os trabalhos de resgate e deixando a população em pânico, com medo de ainda mais devastação por todo o país. Os tremores são as chamadas réplicas, sismos secundários que seguem o terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na madrugada desta sexta-feira, o pior da história do Japão, e originou um tsunami com ondas de até sete metros.

Um novo balanço das autoridades japonesas eleva para ao menos 385 o número de mortos no tremor. O terremoto originou um tsunami com ondas de sete metros que devastou a parte leste do país e deixou ainda mais de 800 feridos e 547 desaparecidos.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que mede a atividade sísmica mundial, um terremoto de magnitude 6,3 atingiu a costa de Honshu às 5h11 deste sábado (17h11 em Brasília). Seu epicentro foi registrado a 149 km de Morioka e uma profundidade de 8,7 km. Cerca de meia hora antes, um outro tremor de magnitude 6,6 atingiu a região, com epicentro a 196 km de Morioka e profundidade de 10 km.

Outros dois tremores ocorreram com minutos de diferença, às 4h02 e 3h59 (16h02 e 15h59 de sexta-feira em Brasília) e magnitudes 6,1 e 6,2, respectivamente.

Não há informações sobre vítimas destes tremores, mas os abalos prejudicam os esforços de resgate e colocam em risco as estruturas já fortemente abalados pelo terremoto da madrugada.

Por enquanto, a polícia confirma 185 mortes, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. Outros cerca de 200 ou 300 corpos foram encontrados na cidade costeira de Sendai, a mais próxima do epicentro. Aparentemente, as pessoas morreram afogadas.

O número de vítimas deve aumentar ao longo das próximas horas, quando as equipes de resgate conseguirem chegar a todas as áreas atingidas. As autoridades temem que o número final de mortos ultrapasse mil.

O embaixador brasileiro no Japão, Marcos Galvão, afirmou nesta sexta-feira à Folha.com que ainda não há notícias de vítimas brasileiras. Segundo ele, as províncias mais atingidas foram Miyagi, Iwate e Fukushima, onde o número de brasileiros é cerca de 800. Ouça a entrevista com o embaixador

O terremoto, registrado às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília), foi o maior da história no Japão, ultrapassando o sismo de magnitude 7,9 registrado em 1923 e que matou mais de 100 mil pessoas.

Mesmo para uma nação acostumada com tremores, as cenas de devastação são chocantes. "Uma grande área de Sendai está alagada. Nós estamos ouvindo que as pessoas que foram retiradas estão isoladas", disse Rie Sugimoto, repórter do canal NHK em Sendai.

"Eu fiquei apavorado e ainda estou com medo", disse Hidekatsu Hata, 36, gerente de um restaurante no bairro de Akasaka, em Tóquio. "Eu nunca vivi um terremoto dessa magnitude antes."

O primeiro-ministro Naoto Kan disse a políticos que eles precisam "salvar o país" após o desastre, que segundo ele causou danos profundos em toda a faixa norte.

CAOS

O tremor dividiu uma rodovia perto de Tóquio e derrubou vários prédios no nordeste japonês. Um trem estava desaparecido na região litorânea atingida pelo tsunami.

Um navio que levava cem pessoas foi levado pelo tsunami, de acordo com a agência Kyodo, e imagens de TV mostraram a força da água, escurecida pelos destroços, carregando casas e carros e levando embarcações do mar para a terra.

Algumas usinas nucleares e refinarias de petróleo foram paralisadas, e havia fogo em uma refinaria e numa grande siderúrgica.

Cerca de 4,4 milhões de imóveis ficaram sem energia no norte do Japão, segundo a imprensa.

Impressionantes imagens de TV mostraram o tsunami carregando destroços e incêndios em uma grande faixa litorânea perto de Sendai, que tem cerca de 1 milhão de habitantes. Um hotel desabou na cidade e há temores de que haja soterrados. Sendai fica a 300 quilômetros de Tóquio, e o epicentro do tremor, no mar, não fica muito distante dessa região.

Navios foram erguidos do mar e jogados no cais, onde ficaram caídos de lado.

A gigante eletrônica Sony, um dos maiores exportadores do país, fechou seis fábricas, informou a Kyodo. O Banco do Japão (Banco Central) prometeu medidas para assegurar a estabilidade do mercado financeiro, mas o iene e as ações de empresas japonesas registraram queda.

Horas depois, um tsunami atingiu o Havaí (EUA), sem causar maiores danos. Alertas foram enviados por todo o oceano Pacífico, desde a América do Sul, Canadá, Alasca (EUA) e toda a costa oeste dos EUA.

A Indonésia, o Havaí e as Filipinas, entre outros, determinaram a desocupação de áreas costeiras. Países da região como Taiwan, Austrália e Nova Zelândia, no entanto, já suspenderam o alerta.

Com agências de notícias

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página