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18/03/2011 - 21h15

Morales nega pedido de trabalhadores por reajuste salarial maior

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DA ANSA, EM LA PAZ

O governo boliviano ratificou nesta sexta-feira sua negativa em dar um aumento salarial maior aos trabalhadores do país, decisão que está sendo contestada pela Central Operária da Bolívia (COB), que convocou uma greve nacional e manifestações para segunda e terça-feira da próxima semana.

A posição do governo foi confirmada em uma reunião que aconteceu entre os principais dirigentes da COB e três ministros que, no passado, já tinham ocupado cargos de liderança na entidade. O encontro tinha a intenção de iniciar uma negociação tendo em vista a afinidade política dos participantes.

A COB, no entanto, condicionou o início das negociações de suas demandas ao cancelamento do decreto pelo presidente da Bolívia, Evo Morales.

No dia 9 de março, Morales promulgou uma resolução que estipulava um aumento de 10% nos salários dos militares, policiais, profissionais da saúde e da educação. A resolução prevê a elevação do salário mínimo de 670 para 815 bolivianos, que corresponde a um aumento de U$ 99 a US$ 116.

Os valores foram considerados "irrisórios" pela central sindical, que exige um aumento mínimo de 30% e um salário básico de 8.300 bolivianos, além da adoção de medidas para reativar a produção e gerar emprego, já que cerca de 70% da população economicamente ativa não depende de um salário fixo.

Após o encontro entre ambas as partes, o ministro do Trabalho, Félix Rojas, declarou que, "diante dessa condição imposta pelo secretário-executivo da COB, Pedro Montes, não há possibilidade para o diálogo" e que "o decreto segue vigente e não será anulado".

O descontentamento da COB também foi gerado pelo fato do decreto ter sido promulgado quando ainda estava em curso uma negociação com a entidade, que se sentiu enganada pelo governo.

"O governo rompeu o diálogo de maneira unilateral com esse decreto que dispõe de um aumento salarial insuficiente diante da alta do custo de vida, motivo pelo qual somente nos resta apelar a medidas de pressão", explicou o dirigente Emigdio Izquierdo.

O ministro do Trabalho advertiu que "aumentos irracionais nos levariam a repetir a experiência da UDP (Unidade Democrática Popular, em 1982) quando fomos campeões mundiais da inflação". Ele reiterou que eles "não governam apenas para a COB, mas sim para mais de 10 milhões de cidadãos".

Antecipando a paralisação nacional de 48 horas que será realizada no início da semana que vem, os professores iniciaram ontem uma greve indefinida em Cochabamba, no centro do país.

A COB pediu aos trabalhadores da mineração que organizem manifestações nas principais cidades e conseguiu o apoio das universidades, que, atualmente, estão mobilizadas contra uma norma que quer fiscalizar o uso de seus recursos financeiros.

 

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