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23/03/2011 - 11h51

Mortos chegam a 9.487 no Japão; Tóquio veta água para crianças por radiação

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Polícia Nacional do Japão anunciou nesta quarta-feira que o número de mortes pelo terremoto e tsunami do último dia 11 chegou a 9.487 em seis prefeituras e os desaparecidos somam 15.617 em 12 prefeituras. O novo balanço foi divulgado em meio ao temor do moradores da capital Tóquio, onde o governo pediu que as crianças com menos de um ano não consumam mais água de torneira.

A polícia alertou que o número deve continuar subindo diariamente e estima que o saldo final de vítimas da tragédia chegue a 18 mil.

Um porta-voz da polícia de uma das uma das prefeituras mais atingidas, Miyagi, estima que as mortes superarão 15 mil apenas na região. Polícia em outras áreas devastadas se recusou a estimar eventuais saldos, mas disse que as mortes confirmadas em suas áreas já chega a quase 3.700.

Kazuhiro Nogi/AFP
Marinheiros americanos ajudam a limpar destroços da entrada do aeroporto de Sendai, no Japão
Marinheiros americanos ajudam a limpar destroços da entrada do aeroporto de Sendai, no Japão

Também nesta quarta-feira, a radiação por iodo chegou ao dobro do recomendado em Tóquio e as autoridades pediram que as crianças não bebam mais a água de torneira. A recomendação causa medo entre os japoneses, após detecção de radiação em leite, vegetais e na água do mar da região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi.

As autoridades detectaram uma concentração de iodo de 210 becquerel por quilo na usina de Kanamachi --que abastece as regiões central e oeste da capital japonesa. O nível é mais que o dobro do limite de 100 becquerel por quilo considerado seguro para as crianças com menos de um ano.

O governo recomendou assim que as crianças de 23 bairros do centro da capital e outros cinco distritos vizinhos (Musashino, Machida, Tama, Mitaka e Inagi) não consumam água de torneira.

A água ainda é segura para os adultos, para quem o limite de iodo é de 300 becquerel por quilo. Mas o temor já se espalhou e os japoneses estão em uma corrida por água mineral nos supermercados --onde o produto está sendo racionado.

As crianças são especialmente vulneráveis ao iodo radioativo, que pode causar câncer de tireoide. Os limites, contudo, se referem ao consumo prolongado da água ou alimento contaminado e as autoridades pediram calma. A orientação é que não se dê mais água de torneira aos bebês, mas não há risco se eles consumiram pequenas quantidades.

"Mesmo se você beber esta água por um ano, não afetará a saúde das pessoas", disse o porta-voz do governo, Yukio Edano. Especialistas dizem que o iodo-131 se dissipa rapidamente no ar, com metade dele desaparecendo a cada oito dias.

No último sábado, o governo japonês havia reconhecido que detectara indícios de iodo radioativo na água de Tóquio e em seus arredores, embora em níveis muito abaixo do limite legal.

Nesta quarta-feira, o Executivo japonês recomendou que não sejam consumidas verduras como espinafre, brócolis e couve produzidas na província de Fukushima, onde está localizada a usina nuclear na qual se luta para conter o vazamento radioativo desde o terremoto do dia 11.

Além disso, foi pedido que a população não consuma leite e salsinha da província vizinha de Ibaraki devido a níveis de radiação superiores ao normal. Segundo indicou em entrevista coletiva Yukio Edano, porta-voz do Executivo japonês, se trata de uma medida de precaução.

FUMAÇA

Com os temores de uma ampla contaminação por radiação dos alimentos cada vez maiores, os avanços nos esforços para conter o superaquecimento dos seis reatores da usina ainda são lentos.

Depois de toneladas de água lançadas nos reatores para esfriar a piscina de contenção do combustível nuclear usado, uma nuvem de fumaça negra saía nesta quarta-feira do reator número 3, o que obrigou a retirada dos funcionários, anunciou a Tokio Electric Power (Tepco), que administra o local.

Por volta das 16h30 (4h30 de Brasília), uma espessa fumaça preta foi vista saindo do danificado reator 3 da usina. A operadora disse não saber a origem.

"Não sabemos se a fumaça sai do edifício que protegia a turbina ou da área de confinamento do reator", declarou um porta-voz da Tepco.

Aly Song/Reuters
Vendedora confere vegetais em sua loja em Togoshi Ginza, na capital Tóquio; água mineral já está em falta no mercado
Vendedora confere vegetais em sua loja em Togoshi Ginza, na capital Tóquio; água mineral já está em falta no mercado

Esta é a segunda vez em dois dias em que é observada fumaça escura saindo do reator 3, o que indica, segundo os especialistas consultados pela emissora de TV NHK, que não se trata de vapor d'água.

A unidade 3 é uma das mais perigosas, porque funciona com uma mistura de urânio e plutônio, mais difícil de controlar.

Na noite de terça-feira, os operários da central conseguiram restabelecer a eletricidade do painel de controle da unidade, o que permitiria iniciar algumas funções internas e medir a temperatura e a pressão da instalação.

A região foi afetada ainda por um terremoto nesta quarta-feira. No entanto, não havia informações imediatas de novos danos.

O sismo desta quarta-feira tinha magnitude de 4,7 e profundidade de 10 quilômetros, informou a agência meteorológica do Japão.

 

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