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22/03/2011 - 06h28

Técnicos terminam de conectar reatores de Fukushima à rede elétrica

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os seis reatores da central nuclear de Fukushima (nordeste do Japão) já estão conectados a uma linha de energia elétrica externa, depois que um cabo foi instalado no distribuidor das unidades 3 e 4 nesta terça-feira, anunciou a agência de segurança nuclear japonesa.

As unidades 1-2 e 5-6 já haviam sido conectadas nos dias anteriores.

Apesar da boa notícia, apenas os reatores 5 e 6 recebem energia elétrica no momento.

"Temos agora uma linha de energia elétrica que vai até os distribuidores dos reatores, mas ainda temos que verificar cada equipamento antes de colocá-los em funcionamento", afirmou um porta-voz da agência.

Dezenas de eletricistas, bombeiros e engenheiros lutam contra o tempo em Fukushima para evitar que a série de acidentes provocados pelo terremoto seguido de tsunami do último dia 11 de março não adquira proporções maiores, em consequência do superaquecimento do combustível radioativo dentro da central.

Os técnicos tentam reativar os sistemas de resfriamento convencional. Bombeiros e militares utilizam jatos d'água e um veículo dotado com um mecanismo que permite lançar a água a 50 metros de altura.

Os reatores 3 e 4, muito avariados, são os que representam mais problemas técnicos, assim como a unidade 2, da qual sai uma coluna de fumaça branca.

OPERAÇÃO DE RESFRIAMENTO

As operações para resfriar os reatores foram retomadas na manhã desta terça-feira, após uma interrupção provocada por fumaça saindo dos reatores 2 e 3, segundo informou a operadora da central nuclear Tokyo Electric Power (Tepco).

Por volta das 8h locais, os técnicos regressaram à central para retomar as operações envolvendo os reatores 1 a 4, danificados pelo terremoto seguido de tsunami do último dia 11 de março.

A maior parte do pessoal que trabalhava em Fukushima Daiichi foi retirada após os reatores 2 e 3 expelirem fumaça e vapor.

Novas emissões de vapor foram observadas na manhã de hoje (terça), mas segundo um funcionário da Tepco, a situação não prejudicou os trabalhos em curso.

Já a operação com canhões d'água para resfriar os reatores não havia sido retomada na manhã de hoje em Fukushima Daiichi, situada 250 km a nordeste de Tóquio.

O reator 3 é o mais danificado, após a explosão que destruiu o teto do prédio na semana passada devido ao acúmulo de hidrogênio.

É também o reator, dos seis existentes na central, que mais preocupa as autoridades, já que em seu interior há combustível MOX, uma mescla de óxidos de plutônio e urânio.

Fukushima Daiichi foi atingida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água. O sistema de emergência, que utiliza geradores a diesel, também caiu.

CONTAMINAÇÃO NA ÁGUA DO MAR

A Tepco na segunda-feira que foram encontrados níveis mais altos do que o normal de elementos radioativos na água do mar de regiões próximas à usina japonesa.

Porta-vozes da empresa indicaram ter detectado uma amostra de que os níveis de iodo 131 são 126,7 vezes superiores ao limite estabelecido, enquanto os de césio 134 estão 24,8 vezes mais elevados e os de césio 137 se multiplicam por 16,5 vezes.

Apesar de tudo, a companhia indicou que tais níveis não representam risco para a saúde humana, mas no entanto acrescentou que fará uma investigação sobre os frutos do mar desta região e seu consumo humano.

Acredita-se que o aumento pode estar relacionado com a chuva que caiu ao longo do dia na região e as operações de jogar água sobre os reatores danificados da usina nuclear de Fukushima.

OMS ALERTA SOBRE ALIMENTOS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na segunda-feira que a contaminação por radiação nos alimentos no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado.

O governo japonês já identificou níveis maiores de radiação do que o normal em espinafre e leite na região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofre vazamento após danos causados pelo terremoto do último dia 11.

Há preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água.

"Está claro que a situação é séria", disse Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional do Pacífico Oriental da OMS sediado em Manila, à Reuters em uma entrevista por telefone.

"É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros [...] é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação."

Ele disse entretanto não haver evidência de que alimentos contaminados oriundos de Fukushima tenham chegado a outros países.

O governo japonês ordenou nesta segunda-feira a suspensão da venda de leite e espinafre em quatro prefeituras próximas à usina nuclear. Segundo o secretário de Gabinete japonês, Yukio Edano, a medida é válida para as prefeituras de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma.

O governo japonês já alertara no fim de semana que havia encontrado níveis acima do normal de radiação por iodo em leite e espinafre a até 120 km da usina, mas garantiu que os alimentos não chegaram ao mercado.

O Ministério de Saúde do Japão já havia pedido aos moradores próximos da usina nuclear que não bebessem água de torneira, contaminada com altos níveis de iodo radioativo.

Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores. Autoridades municipais, contudo, identificaram níveis acima do normal de iodo radioativo em um crisântemo.

 

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