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28/03/2011 - 19h24

Premiê do Reino Unido defende ampliar coalizão na Líbia

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DA FRANCE PRESSE, EM LONDRES
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta segunda-feira aos líderes de Estados Unidos, Alemanha e França que as discussões de terça-feira sobre a Líbia devem "ampliar a coalizão" das Nações comprometidas com a implementação da resolução 1973 da ONU (Organização das Nações Unidas).

"O premiê afirmou em uma teleconferência com o presidente (Barack) Obama, o presidente (Nicolas) Sarkozy e a chanceler (Angela Merkel) para discutir a questão do Oriente Médio que espera fortalecer e ampliar a coalizão dos países comprometidos com a implementação das resoluções das Nações Unidas", revelou um porta-voz britânico.

Representantes de mais de 40 países e organizações se reunirão em Londres nesta terça-feira para "apoiar a transição" na Líbia, um dia após Reino Unido e França exigirem a saída "imediata" do ditador líbio, Muammar Gaddafi.

A reunião começará às 14h de Londres (10h em Brasília) e será a primeira do grupo de contato formado por Estados Unidos, França, Reino Unido e os demais países da coalizão internacional, que assumirá a "direção política" da operação na Líbia, cujo comando militar passou à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

ATAQUES

Forças da coalizão intensificaram os bombardeios sobre o oeste do país, tendo com alvo redutos do ditador Muammar Gaddafi. Enquanto isso, os rebeldes anunciaram que exportarão petróleo ao Qatar em "menos de uma semana".

A agência estatal líbia e testemunhas independentes informaram que os jatos de guerra da coalizão internacional passaram a bombardear as regiões de Mezda, no centro da Líbia, além de Gharyan, consideradas redutos da retaguarda do ditador.

Ahmed Jadallah/Reuters
Misrata, no oeste, também é alvo de ataques da coalizão internacional; cidade é disputada por rebeldes e governo
Misrata, no oeste, também é alvo de ataques da coalizão internacional; cidade é disputada por rebeldes e governo

A capital, Trípoli, que já foi alvo de intensos bombardeios durante o fim de semana, também voltou a ser atacada.

"Áreas militares e civis nas regiões de Gharyan e Mezda foram nesta noite alvos de ataques do agressor ocidental, cruzado e colonialista", informou a agência Jana.

As cidades de Gharyan e Mezda representam, de acordo com a rebelião, as bases de retaguarda das forças de Gaddafi em suas ofensivas contra as cidades da região de Al Jabal Al Gharbi (oeste), entre elas Zenten e Yefren, controladas pelos insurgentes.

TRIBOS SE UNEM

Um morador de Zenten indicou que as tribos amazighes de Jado, Zenten e Yefren "se uniram a tribos árabes para formar uma única frente contra ofensiva de Gaddafi. Mas as forças são desproporcionais".

Editoria de Arte/Folhapress

Ao mesmo tempo, em Tajura, no subúrbio leste de Trípoli, nove violentas explosões foram ouvidas à noite, indicaram testemunhas, afirmando que os ataques foram feitos pela coalizão.

"As explosões são muito fortes. Elas foram causadas pelo bombardeio da coalizão", afirmaram essas testemunhas, que não conseguiram especificar os alvos atingidos.

EXPORTAÇÃO DE PETRÓLEO

Também na tarde desta segunda-feira os rebeldes indicaram que o Qatar deve ser o primeiro país a receber o petróleo produzido nos campos de Ras Lanuf e Ben Jawad, retomados no fim de semana.

O Qatar foi o primeiro país árabe a reconhecer o órgão de direção da rebelião contra o regime líbio, e foi escolhido pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), dos rebeldes, para a comercialização do petróleo produzido no país nas zonas controladas pelos insurgentes.

Ahmed Jadallah/Reuters
Soldado do Exército leal ao regime posa em Misrata; pontos-chave para a retaguarda de Gaddafi foram atingidos
Soldado do Exército leal ao regime posa em Misrata; pontos-chave para a retaguarda de Gaddafi foram atingidos

As exportações deverão recomeçar em "menos de uma semana", anunciou um porta-voz da insurreição, Ali Tarhoni.

"Nós produzimos cerca de 100 mil a 130 mil barris por dia e podemos facilmente aumentar este ritmo até 300 mil barris por dia", declarou Tarhoni à imprensa em Benghazi, no leste da Líbia.

"Entramos em contato com a companhia de petróleo do Qatar e eles aceitaram comercializar a commodity para nós", prosseguiu Tarhoni, em referência à Qatar Petroleum (QP), empresa pública deste pequeno país do Golfo.

O CNT é integrado por 31 representantes das principais cidades líbias e constitui de fato o governo da oposição, que nos últimos dias tomou o controle de todo o leste da Líbia.

QATAR

"O Estado do Qatar decidiu reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio", declarou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Qatar.

O Qatar também foi o primeiro país árabe a participar da operação militar internacional, da qual também fazem parte os Emirados Árabes Unidos, um país produtor do Golfo.

Assim, dois Mirage 2000 do Qatar, acompanhados de dois caças franceses, realizaram na sexta-feira a primeira missão aérea no céu líbio, como anunciara o Estado-Maior francês.

Outras aeronaves do Qatar devem se somar em breve à base aeronaval de La Sude, em Creta.

 

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