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Analistas apontam falhas na "doutrina Obama"
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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A aparente emergência de uma "doutrina Obama", que começa a ser delineada pela missão na Líbia e pelo discurso do presidente americano anteontem, causou furor nos meios políticos do país.
Muitos apontam inconsistência dos critérios que permitem ação militar.
A comparação imediata é com a "doutrina Bush", do governo anterior, que permitia ataques preventivos em situações de suposto risco para os EUA.
Houve quem estabelecesse similaridades na defesa dos ideais americanos por via militar, inclusive na retórica que ele usou para explicar a decisão de atacar o ditador Muammar Gaddafi.
Em sua fala televisionada, Obama estabeleceu algumas linhas gerais: os EUA se dão o direito de intervir para defender não só interesses, mas valores; preferem o multilateralismo, mas podem lançar operações sozinhos; poderão agir para impedir massacres; preferem deixar a mudança de regime para a diplomacia.
Daí transparecem vários problemas, dizem analistas. Para começar, ficou tudo muito a cargo do julgamento do presidente.
Alguns viram na fala um salvo conduto para uma intervenção. "Não sei se isso é uma doutrina porque não ficou claro quando a intervenção é justificada", disse à Folha Robert Dreyfuss, analista da revista "Nation".
"Há muitas situações em que o presidente dos EUA pode argumentar que há afronta a seus valores. É uma desculpa ilimitada. Como vimos no Iraque em 2003, os valores de um são o imperialismo de outro."
SEM POMBA
Dreyfuss diz que Obama é muito diferente do ex-presidente George W. Bush (2001-09), mas que já ficou claro que não há uma "pomba" na Casa Branca.
"Não acho que Obama vá intervir em outros países tão cedo, mas a situação na Líbia pode piorar muito, assim como na Síria e no Líbano, e haveria muita pressão para não haver uma situação de dois pesos, duas medidas."
Para Stewart Patrick, ex-conselheiro do Departamento de Estado, Obama defendeu a já estabelecida doutrina da "responsabilidade de proteger", ainda que não tenha usado essas palavras.
Essa tese pede que a comunidade internacional intervenha com pressão crescente caso um Estado seja incapaz de proteger sua população.
Lindsay Graham, do Council on Foreign Affairs, disse à Folha que "não há nenhuma "doutrina Obama"".
"A imprensa e os analistas ficam loucos para enfiar uma "doutrina" em todo presidente", afirmou. "Obama não falou nada de diferente. A política externa americana sempre encontra áreas para intervir em defesa de valores ou interesses."
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