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Litoral de Fukushima tem radiação 4.385 vezes acima do normal
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DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um nível de iodo radioativo 4.385 vezes superior ao padrão foi medido na água do mar a cerca de 300 metros da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou nesta quinta-feira o operadora Tepco.
A medição desta quinta é superior ao resultado obtido na véspera, quando o nível de iodo radioativo foi 3.355 vezes superior ao normal na água do mar recolhida na mesma zona.
A água do mar analisada nos últimos dois dias tem o nível de iodo 131 mais alto desde o início da crise nuclear em Fukushima, inundada por um tsunami em 11 de março passado.
O problema é provocado, provavelmente, porque a água utilizada para resfriar os reatores nucleares vazou para o mar.
AIEA DIZ QUE ZONA DE EXCLUSÃO É INSUFICIENTE
O governo japonês deve analisar o aumento da zona de retirada de moradores em torno da usina nuclear de Fukushima para 40 km, recomendou na quarta-feira a AIEA.
Carlos Barria/Reuters | ||
Médico avalia menino num centro de triagem dos moradores retirados do entorno da usina nuclear de Fukushima |
"Uma primeira avaliação indica que foi ultrapassado um dos critérios da AIEA para a retirada [dos moradores]", afirmou em entrevista coletiva Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear da agência.
O especialista indicou que a agência sugeriu ao Japão que analise de perto a situação em Iitate, que está localizada fora do perímetro de 20 quilômetros de distância da usina, cuja população já foi retirada.
Segundo especialistas da AIEA, os níveis de contaminação são o dobro do permitido, por isso a retirada dos habitantes dessa cidade deve ser considerada.
Em meio às operações emergenciais de auxílio aos atingidos pelo tremor seguido de tsunami e de contenção do vazamento nuclear, o governo japonês tem sido alvo de críticas da AIEA, da comunidade internacional e da própria oposição por não ser mais incisivo quanto à retirada dos moradores ao redor da usina.
AFP |
No Parlamento japonês, o premiê Naoto Kan reage às críticas da oposição, que o acusou de ser "irresponsável" durante crise |
Ontem (29), no Parlamento, o premiê japonês Naoto Kan foi duramente criticado por não ter aumentado a zona de exclusão, que dita um raio de apenas 20 km em torno da usina em que as pessoas deveriam ser retiradas. O governo também nunca determinou a saída dos habitantes, apenas pediu que deixassem a área de forma voluntária.
"Há algo mais irresponsável do que isso?", disse o opositor Yosuke Isozaki. Em resposta, Kan disse que estava considerando a medida, que exigiria a saída de 130 mil pessoas, além das 70 mil já deslocadas.
Ainda ontem a França confirmou que o presidente Nicolas Sarkozy será o primeiro líder mundial a visitar o país. Sua chegada está prevista para a quinta-feira.
Paris também decidiu enviar dois especialistas da fabricante estatal de reatores nucleares Areva e um pesquisador da área para prestar assistência à operadora da usina de Fukushima, a Tepco.
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