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05/04/2011 - 08h48

Sem avanço na diplomacia, Gaddafi e rebeldes disputam cidade petrolífera

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um dia depois de diversos relatos de negociações de acordo entre o Ocidente e o regime líbio, forças dos dois lados retomaram a batalha voraz pelo controle de Brega, importante cidade petrolífera da Líbia.

No sexto dia de batalhas, os rebeldes, que querem a renúncia imediata do ditador Muammar Gaddafi, dizem ter cercado Brega e apostam na retomada breve da localidade.

Segundo o porta-voz do movimento insurgente, Mustafa Geriani, as tropas leais a Gaddafi não estão recebendo armamentos e munições e estão desmoralizadas.

Ele afirma ainda que os rebeldes já controlam os acessos à cidade em três pontos diferentes.

Mahmud Hams/AFP
Rebelde líbio participa de batalha pelo controle de Brega, disputada há seis dias com as forças de Gaddafi
Rebelde líbio participa de batalha pelo controle de Brega, disputada há seis dias com as forças de Gaddafi

"O que resta em Brega são pequenos grupos pró-Gaddafi desmoralizados e quase sem munição", afirmou o porta-voz. "Nossos homens estão pressionando e espero que possamos recuperar Brega em breve".

O avanço dos rebeldes foi acompanhado de um bombardeio das forças da coalizão internacional, liderada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Os aviões realizaram um novo bombardeio aéreo contra as forças de Gaddafi a cerca de 30 km a leste de Brega. O ataque aconteceu às 09h (04h de Brasília) e destruiu duas caminhonetes que atuavam em uma área desértica.

O bombardeio não causou vítimas, já que os soldados que ocupavam os veículos conseguiram fugir, segundo a agência de notícias France Presse.

Apesar dos relatos rebeldes, a agência de notícias Reuters afirma que as forças de Gaddafi reagiram com forte bombardeio de foguetes ao avanço dos oposicionistas.

Andrew Winning /Reuters
Veículo dos rebeldes fica destruído após ser atingido por foguete das forças leais a Muammar Gaddafi
Veículo dos rebeldes fica destruído após ser atingido por foguete das forças leais a Muammar Gaddafi

O som de metralhadores e explosões pode ser ouvido nos arredores da cidade, pouco antes de foguetes aterrissarem próximo a um grupo de rebeldes em pick-ups.

Os foguetes atingiram algumas das caminhonetes dos rebeldes, que ficaram em chamas. Muitos dos rebeldes aceleraram em seus carros, sem parar até ficar a pelo menos 5km dos limites da cidade.

O dia seguiu sem um vencedor claro. "São avanços e recuos", disse um rebelde, que não quis se identificar. "As batalhas continuam".

NEGOCIAÇÕES

Geriani reiterou ainda que os rebeldes rejeitam qualquer conversa com Seif al Islam Gaddafi, filho do líder líbio, e negou qualquer contato da parte insurgente.

"Gaddafi, seu regime e seus filhos perderam faz tempo toda legitimidade. Seif al Islam queria destruir Benghazi, tem tanta sangue em suas mãos. Como se pode negociar com um louco que não respeita nenhuma das resoluções da ONU?", questionou.

No fim de semana, o jornal "The New York Times" afirmou que a saída de Gaddafi estaria sendo negociada por ao menos dois dos filhos do ditador líbio.

Citando um diplomata e um alto funcionário líbio, ambos a par do plano, o jornal disse que os filhos oferecem uma transição para uma democracia constitucional que incluiria a saída do pai do poder.

Segundo a reportagem do jornal americano, não está claro se o ditador aceita a proposta defendida por seus filhos Seif e Saadi el Gaddafi.

Em outra frente, um emissário do governo líbio desembarcou nesta segunda-feira em Ancara para pedir ajuda à Turquia para a instauração de um cessar-fogo com os rebeldes.

Segundo a imprensa turca, o emissário é o vice-ministro das Relações Exteriores líbio, Abdelati Laabidi.

No domingo, ele se reuniu em Atenas com o chefe de governo grego, Yorgos Papandreou, para acertar "a continuação dos esforços para uma solução política e democrática para a Líbia".

O porta-voz rebelde pediu ao governo turco que "esclareça sua postura", tanto no aspecto humanitário do conflito como em relação à intervenção das forças internacionais na Líbia.

 

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