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Japão proíbe venda de cogumelo shitake de Fukushima
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo japonês proibiu nesta segunda-feira a venda do cogumelo shitake cultivado em 16 localidades da prefeitura de Fukushima, onde fica a usina nuclear Fukushima Daiichi, que vaza radiatividade desde o terremoto e tsunami de 11 de março.
O secretário de Gabinete, Yukio Edano, disse que a proibição é consequência dos altos níveis de radiação detectados no cogumelo, muito comum na alimentação dos japoneses.
A partir desta segunda-feira, será vetada a venda de cogumelos das localidades de Date, Soma, Minamisoma, Tamura, Iwaki, Shinchi, Kawamata, Namie, Futaba, Okuma, Tomioka, Nahara, Hirono, Iitate, Katsurao e Kawauchi.
Toru Hanai/Reuters |
Policiais carregam corpo de vítima encontrado mais de um mês após tremor; radiação afeta agora os cogumelos shitake |
Edano ressaltou, contudo, que todo cogumelo cultivado em ambientes fechados são seguros para o consumo.
O governo de Fukushima afirmou que já no começo do mês tomava medidas de segurança em relação aos cogumelos.
Em 1º de abril, os cogumelos shitake de Iwaki tinham um nível de césio radioativo de 890 becquerels por quilo, bem acima do limite de 500 becquerels. Altos níveis de césio radioativo foram detectados também em cogumelos de Iitate, Date e Shinchi.
Três dias depois, o governo estabeleceu novas regras para restringir os carregamentos de cogumelo cultivado perto da usina de Fukushima.
NOVE MESES
Neste domingo, a Tokyo Electric Power Co. (Tepco) informou que os reatores danificados da usina de Fukushima Daiichi e as piscinas de combustível nuclear serão esfriados em três meses, apesar de sua estabilização completa levar entre seis e nove meses.
O presidente de honra da Tepco, Tsunehisa Katsumata, apresentou seu plano para encerrar a crise na unidade, cujos reatores ficaram sem sistema de refrigeração por causa do devastador tsunami do dia 11 de março.
O plano estabelece dois períodos, um primeiro de três meses na qual os reatores nucleares e as piscinas de combustível usado poderão ser esfriados. Em uma segunda etapa, de entre seis e nove meses, os reatores serão estabilizados totalmente, de acordo com o programa apresentado pela Tepco.
A empresa japonesa também prevê cobrir os prédios dos três reatores danificados em um período de entre seis e nove meses. Este também é o prazo, segundo O ministro do Comércio e Indústria Kaieda, Banri Kaieda, para que o governo revise a área de evacuação em torno da central.
A Tepco espera ter pronto no verão (hemisfério Norte) um novo sistema para refrigerar os reatores 1, 2 e 3, os que sofreram o acidente, e drenar ao mesmo tempo água contaminada.
Trata-se de um novo sistema de refrigeração que filtrará a água contaminada e a voltará a lançar a essas unidades uma vez limpa, para evitar que se acumule água radioativa nos edifícios dos reatores, como ocorreu até agora.
O acidente nuclear em Fukushima Daiichi foi provocado pelo devastador tsunami do dia 11 de março no litoral nordeste do Japão, que causou 13.756 mortos e 14.141 desaparecidos e deixou parte dos reatores dessa planta sem sistema de refrigeração.
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