Documentarista indicado ao Oscar é morto na Líbia

O jornalista da revista americana "Vanity Fair" Tim Hetherington, 41, foi morto nesta quarta-feira em Misrata, no oeste da Líbia, e outros três ficaram feridos --um deles gravemente-- por um tiro de morteiro, segundo um jornalista da France Presse presente no hospital da cidade líbia.

Seu trabalho como jornalista serviu de base para dirigir o documentário "Restrepo", sobre a guerra do Afeganistão, vencedor do Festival de Sundance e indicado ao Oscar no ano passado.

Jornalista de origem britânica, Hetherington cobriu inúmeros conflitos ao longo dos seis últimos anos. Ele chegou a ganhar o World Press Photo Award, em 2007, por suas fotos de soldados americanos no Afeganistão.

	Eddy Risch/Efe
	Imagem de arquivo do jornalista da "Vanity Fair" Tim Hetherington, morto na Líbia nesta quarta-feira

Um dos três jornalistas gravemente feridos é o americano Chris Hondros, 41 anos, da agência fotográfica Getty. As identidades dos outros dois feridos não foram divulgadas de imediato.

MORTES

Os quatro jornalistas se encontravam em grupo na rua Trípoli, a principal via de Misrata, ocupada há quase dois meses pelas tropas do ditador Muammar Gaddafi. O combate mais violento entre as tropas leais ao ditador líbio e os rebeldes ocorreu nesta rua.

Um cinegrafista da rede de TV Al Jazeera, Ali Hassan al Jaber, havia sido morto e um outro jornalista da rede de TV ficado ferido no dia 12 de março em uma emboscada perto a Benghazi, bastião da oposição no leste da Líbia.

Este foi o primeiro jornalista de um veículo estrangeiro a ser morto na Líbia desde o início da insurreição contra Gaddafi, em 15 de fevereiro.

Vários jornalistas foram também presos e sofrereram maus-tratos por parte do regime líbio.