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27/04/2011 - 07h28

Festanças ajudam realeza britânica a sobreviver

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VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Qual o segredo da monarquia britânica, que atrai a atenção de todo o mundo e que fará metade da população do planeta acompanhar o casamento de um de seus membros na sexta-feira?

Para Robert Blackburn, do King's College, de Londres, e autor do livro "King and Country: Monarchy and the Future King Charles III" (Rei e País: Monarquia e o Futuro Rei Charles 3º), há os resquícios do Império Britânico e o fato de a realeza organizar festas maravilhosas.

Em entrevista à Folha, ele diz que o carisma do casal William e Kate Middleton será fundamental para a continuidade da monarquia.

Folha - Por que a monarquia britânica continua a atrair tanta atenção?
Robert Blackburn - Existem várias razões. Uma delas é o fato de a rainha ser ainda a chefe de Estado em vários países, entre eles Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
Há também a lembrança do Império Britânico e o fascínio em ex-colônias como a Índia e outras na África.
Nos países altamente não monárquicos, como os EUA e a China, existe no mínimo curiosidade pelo fato de uma instituição aparentemente arcaica funcionar dentro de uma democracia. Uma última razão é o fato de o Palácio de Buckingham realizar cerimônias maravilhosas.

Muitas pessoas no exterior veem a monarquia como anacronismo. No Reino Unido, a maioria é a favor de sua manutenção. Qual é o segredo?
A forma como o público interno avalia a monarquia está ligada aos personagens da família real. O britânico tem enorme carinho pela rainha. Agora, o grande encanto que emana do príncipe William e de Catherine Middleton será chave para a continuação da monarquia do Reino Unido.

A febre do casamento parece menos intensa do que há 30 anos, quando se casaram Charles e Diana.
A febre é diferente. Parece haver um maior interesse global por causa das novas formas de comunicação.
Mas é evidente o menor senso de deferência com relação à família real. O que não é ruim. William e Kate têm reforçado em entrevistas e aparições públicas um estilo mais "pessoas comuns", o que está em sintonia com os atuais sentimentos do povo.

Como a monarquia sobreviveu aos casos Diana (traições, divórcio, morte), Sarah Fergusson (traição, divórcio, tentativa de vender acesso a pessoas da realeza), príncipe Andrew (amizade com ditadores e acusados de pedofilia)?
As controvérsias dos últimos 30 anos danificaram a imagem de alguns membros da família real, mas não conseguiram desestabilizar a monarquia em si, nem a figura da rainha Elizabeth 2ª, que continua a ser vista como um modelo de monarca.

O sr. acredita que o príncipe Charles será rei, ou a popularidade de William fará dele o sucessor de Elizabeth 2ª?
A lei determina que Charles irá suceder a rainha, independentemente da popularidade do príncipe William.
No entanto, se ele decidir que a sucessão deve ser alterada, caso esteja muito velho ou se sinta incapaz de cumprir suas obrigações, poderá propor a passagem do trono diretamente para o filho.
Não haveria problemas em aprovar a legislação necessária para fazer essa alteração.

Alguns querem mudar a regra e abolir a preferência masculina na sucessão (homens hoje passam na frente de irmãs mais velhas). Vão conseguir?
Há amplo apoio para essa mudança. Se a lei ficar como está, e o primeiro filho de William e Kate for uma menina, haverá críticas ao governo por não ter alterado a regra.
Há problemas práticos para que os demais países com monarquia aceitem a mudança. Mas é provável que [Londres] supere a reserva.

 

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