Ditadura promete nova lei eleitoral na Síria

O governo do ditador Bashar al Assad determinou nesta quarta-feira a criação de um comitê com o objetivo de elaborar o projeto para uma nova lei eleitoral na Síria.

A iniciativa faz parte do pacote de concessões aos manifestantes que exigem a renúncia de Assad desde o dia 18 de março.

No último sábado, a oposição síria havia proposto pela primeira vez a realização de eleições livres no país, em um período de seis meses, como condição para o fim dos protestos.

Contudo, o anúncio sobre a nova lei eleitoral não define a data das eleições e ainda vem acompanhado de uma forte repressão das forças de segurança -- que entraram em confronto com manifestantes nesta quarta-feira e deixaram ao menos 19 pessoas mortas.

O anúncio da formação da comissão foi dado pelo premiê Adel Safar, por meio da agência oficial de notícias do país.

Segundo ele, o comitê será integrado por oito juristas. Eles terão um prazo de duas semanas para apresentar ao premiê um projeto de lei estabelecendo regras para as eleições gerais.

"A comissão fará um estudo das leis árabes e internacionais para escolher o melhor que elas oferecem", afirmou ele.

Safar não fez comentários sobre uma outra lei, atualmente paralisada, que permitiria a formação legalizada de partidos políticos na Síria.

Como parte do pacote de concessões, Assad já derrubou, em abril, o Estado de Emergência, que vigorava desde 1963 e suspendia as liberdades constitucionais dos cidadãos, entre elas o direito de fazer protestos.