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Tanques avançam pelo sul da Síria e fecham cerco a rebeldes
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As forças do ditador Bashar Al Assad fecharam ontem o cerco contra os rebeldes oposicionistas no sul da Síria, com tanques avançando sobre as cidades de Dael, Tafas, Jassem e Al Harra.
Não há informações sobre vítimas da ação governista de ontem, mas a Comissão Internacional de Juristas (CIJ) divulgou um balanço de mais de 700 mortos desde o início da revolta, em 18 de março.
As tropas de Assad estão agora em quase toda a costa do país, na região central de Homs, nos arredores da cidade de Hama e em Hauran Plain, no sul.
A agência de notícias oficial Sana diz que o Exército está caçando "grupos terroristas armados" apoiados por estrangeiros, a quem acusam de incitar a violência.
As forças de segurança da Síria detiveram ontem dezenas de ativistas e oposicionistas em Hauran, Banias e no vizinho vilarejo de Baida.
"O som de munição de grosso calibre podia ser ouvido enquanto as forças de segurança faziam as prisões", disse um porta-voz do Observatório dos Direitos Humanos da Síria, sediada em Londres.
O ativista veterano Naji Tayara também foi detido ontem, na cidade de Homs, um dos centros da revolta oposicionista. Tayara é um dos maiores críticos da incursão militar de Assad por bairros residenciais da cidade e da prisão ilegal de civis.
Ex-prisioneiro político, Tayara foi um dos líderes do movimento por liberdade política conhecido como Primavera Damasco em 2001 _duramente reprimido pelo então recém-empossado Assad.
Apesar da dura repressão, os ativistas sírios apostam em uma nova onda de manifestações hoje. Os maiores protestos têm sido organizados às sextas-feiras, principal dia de rezas para os muçulmanos, quando as mesquitas recebem o maior número de pessoas.
O movimento oposicionista espera levar milhares às ruas em várias cidades para protestar na "sexta-feira das mulheres livres", pela libertação das mulheres detidas em protestos nas últimas semanas em Damasco e Banias.
VÍTIMAS
Desde o início dos protestos, o número de vítimas da repressão na Síria já ultrapassa 700, segundo números da Comissão Internacional de Juristas (CIJ), painel baseado em Genebra e que reúne advogados e juristas de todo o mundo.
A CIJ condenou ainda a prisão de milhares de oposicionistas e alertou que os ataques das forças de segurança contra civis configuram crime sob a lei internacional.
"Mais de 700 pessoas foram mortas e centenas sequestradas desde que as autoridades sírias começaram sua repressão em 15 de março em Deraa, Homs, Banias e outras cidades, diz a comissão, que cita fontes sírias.
"A CIJ continua a receber relatos credíveis indicando que corpos foram deixados nas ruas por dias e os feridos foram impedidos de receber tratamento médico. Além disso, muitas pessoas que tentam deixar o país foram impedidas pelas forças de segurança nas fronteiras".
PRESSÃO
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que Washington e seus aliados estão buscando formas de aumentar a pressão sobre o regime sírio, para forçá-lo a aceitar reforças democráticas e encerrar a revolta, que se arrasta por sete semanas.
Na Groelândia para um encontro sobre o território ártico, Hillary disse que Assad está cada vez mais isolado, mas não deu detalhes sobre quais ações poderiam ser tomadas contra o ditador.
"Apesar da condenação internacional, o governo sírio continua a reprimir brutalmente seus próprios cidadãos", disse Hillary, que elencou uma série de crimes como prisões ilegais, tortura e omissão de socorro aos feridos.
Hillary disse que este comportamento é um sinal evidente da fraqueza do regime Assad e que a resistência dos oposicionistas mostra que o país não pode simplesmente voltar ao que era;
"Tanques e balas não vão acabar com os desafios políticos e econômicos da Síria", disse. "Assad enfrenta um isolamento cada vez maior e nós vamos continuar trabalhando com nossos parceiros na União Europeia e em outros lugares por medidas adicionais para responsabilizar a Síria pelos abusos dos direitos humanos", completou.
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