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27/05/2011 - 22h12

Movimento espanhol pode se espalhar pela Europa, dizem ativistas

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DA FRANCE PRESSE, EM PARIS

Após militantes agendarem cerca de 12 manifestações na França, há indícios de que o movimento iniciado na Espanha com inspiração nas revoltas árabes pode vir a se tornar uma "Primavera Europeia".

Veja vídeo dos confrontos na Espanha
Veja galeria de imagens dos protestos em Barcelona

Ainda na terça-feira (24), organizadores dos protestos franceses disseram esperar que a indignação e as demandas por maior liberdade se espalhem pelo país.

"Nós nos mobilizamos em solidariedade aos jovens espanhóis, para seguir seu exemplo e defender nossa dignidade", disse Benjamin Ball, integrante do grupo "os desobedientes", que esta semana convocou concentrações similares em pelo menos doze cidades da França, de Nantes, Rennes, Paris e Clermont Ferrand a Bordeaux, Bayonne e Perpignan.

Já na noite desta terça-feira, em Paris 200 jovens se reuniram na praça da Bastilha.

Emilio Morenatti/Associated Press
Manifestante mostra sangue de outros jovens feridos em suas mãos; repressão da polícia enfureceu espanhóis
Manifestante mostra sangue de outros jovens feridos em suas mãos; repressão da polícia enfureceu espanhóis

Na esplanada da Ópera Bastilla, jovens mostraram cartazes com inscrições em francês, inglês e espanhol, que diziam "Povo de Paris, avante!" e "Democracia real!"

Um dos organizadores, Alex Merlo, declarou: "Estamos aqui para difundir o movimento espanhol, apoiá-lo e mostrar que é possível fazer o mesmo na França".

QUEIXAS

A queda do nível de vida, o desemprego, os planos de austeridade impostos aos cidadãos, os cortes de salários e a falta de representatividade dos principais partidos políticos são alguns dos fatores que desencadearam os protestos pacíficos espanhóis, semelhantes à "Primavera Árabe" de meses atrás, que foi gerada por condições mais extremas sob regimes autoritários.

"Esperamos duas coisas deste movimento: uma redefinição das regras democráticas e a convocação de uma assembleia constituinte, e uma distribuição de renda melhor porque vivemos na precariedade", disse Benjamin, de 26 anos, trabalhador autônomo que vive na periferia sul de Paris.

Com o título "Democracia real já!", o site em francês www.reelledemocratie.com indica que "desde a crise financeira de 2008, nossos governantes decidiram submeter os povos em vez de fazer os bancos pagarem".

"As democracias europeias foram sequestradas pelos mercados financeiros", indica o manifesto do grupo francês em palavras semelhantes às do manifesto da Porta do Sol, em Madri.

"Nos identificamos nas aspirações do povo espanhol", asseguram.

Uma "política participativa e cidadã" e sua rejeição "ao bipartidarismo e à corrupção política" exige em seu manifesto o movimento parisiense de apoio ao 15-M espanhol, mencionando a adesão de diversas ONGs.

"Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda foram atingidos em cheio pelas políticas antissociais da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional aplicadas na ausência de um debate democrático", indicou a ONG francesa ATTAC.

"OS INDIGNADOS"

"Os indignados" da Espanha e da França, inspirados no best-seller do ex-diplomata e resistente francês Stéphane Hessel, nascido em outubro de 1917, que desde a sua publicação em 2010 vendeu 3 milhões de exemplares, convocaram uma "grande" manifestação no próximo domingo na praça da Bastilha.

Segundo Benjamin Ball, o movimento atual aponta para uma "coordenação maior" entre as concentrações em Lisboa, Berlim, Londres e Roma.

 

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