Manifestantes queimam ônibus em greve geral em Bangladesh

Manifestantes queimaram um ônibus e vários veículos menores nesta segunda-feira, no segundo dia de greve geral contra o projeto do governo de emendar a Constituição.

O principal partido da oposição, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), e seu aliado islamita Jamaat-e-Islami convocaram a greve geral de 36 horas (a partir de domingo) para protestar contra uma alteração do sistema eleitoral que consideram benéfica para o partido governista.

A oposição alega que o governo quer repelir uma medida constitucional que exige que ele entregue o poder no fim de seu mandato a uma administração provisório, para que esta organize as eleições.

A mudança significa que as próximas eleições gerais, previstas para 2014, seriam supervisionadas pelo premiê Sheikh Hasina. Isto poderia levar ao favorecimento do partido governista Hasina, segundo o porta-voz da oposição Mirza Fakhrul Islam Alamgir.

	Pavel Rahman/Associated Press
	Policiais detêm manifestantes que fazem greve geral contra emenda eleitoral que alegam favorecer o governo

O governo nega a acusação, mas o Supremo Tribunal Federal determinou que a emenda, incluída na Constituição de 1996, é antidemocrática.

Desde que foi aprovada a medida, Bangladesh realizou três eleições parlamentares supervisionadas por governos interinos não partidários.

Os canais de TV Somoy TV e ATN Bangla relatam que a violência eclodiu nesta segunda-feira na capital Dacca. As imagens mostram a polícia antidistúrbio usando cassetetes para dispersar os manifestantes.

No primeiro dia de greve, as autoridades prenderam 123 manifestantes por atacar ônibus e criar violência relacionada a protestos, disse o ministro do Interior, Shahara Khatun.

"Nós não vamos nos curvar ao assédio policial. Nosso protesto vai continuar", disse o porta-voz da oposição, Mirza Fakhrul Islam Alamgir. "O governo quer ficar no poder. É por isso que quer emendar a constituição".