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ONU investiga relatos de abusos em repressão a protestos na Síria
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um grupo de analistas da ONU (Organização das Nações Unidas) chegou nesta terça-feira à fronteira da Turquia para investigar relatos de "abusos" contra militantes pró-democracia na vizinha Síria.
Os analistas, do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, chegaram à província turca de Hatay, onde se instalaram os milhares de refugiados. Sua missão é "investigar os abusos" na Síria, disse à agência de notícias France Presse um membro da missão.
Um ativista de direitos humanos citado pela agência diz que seis civis morreram nesta terça-feira na cidade de Ariha, perto de Jisr al Shughur, nordeste da Síria, onde o Exército avança em sua ofensiva contra os oposicionistas.
"As Forças Armadas prosseguem com as operações nas localidades próximas a Jisr al Shughur", afirmou a fonte. "Seis civis morreram na cidade de Ariha, mais ao leste, nas últimas horas", acrescentou o ativista, que não quis se identificar.
Os tanques e tropas sírios avançam nesta terça-feira para a cidade de Maarat al Numaan e outras vilas perto da fronteira com a Turquia e o Iraque, expandindo a ofensiva contra a revolta popular de 12 semanas no norte e leste do país.
Ativistas de direitos humanos relatam que tanques chegaram a Maarat al Numaan (norte) e outras vilas perto de Jisr al Shughour --cidade retomada pelas forças de elite sírias no último domingo (12).
Othman al-Bedeiwi, professor de Farmácia em Maarat al Numaan, disse à agência de notícias Reuters por telefone que helicópteros estão deixando tropas em uma base em Wadi al-Deif, a vários quilômetros da cidade.
"Nós nos encontramos com o governador [provincial] hoje e ele garantiu que o Exército vai entrar na cidade apenas para prender 360 pessoas em uma lista. As pessoas de Maarat, contudo, estão céticas", disse o professor. "Meu nome está nesta lista para ser preso como um atirador. Eu nunca carreguei uma arma na minha vida".
O ativista Mustafa Osso disse que os tanques avançam também no leste do país, na província de Deir el-Zour, na fronteira com o Iraque, onde o governo sírio alega ter acabado com tráfico de armas.
A Síria mantém rígido controle sobre a atuação dos jornalistas e proibiu a maioria dos correspondentes internacionais de permanecer no país após o início das revoltas pela queda do ditador Bashar Assad. As informações chegam assim via ativistas e moradores e não podem ser confirmadas de maneira independente.
Aguns analistas dizem que o ditador Assad está tentando impedir a oposição de estabelecer uma base, como ocorreu na Líbia quando os rebeldes que tentam derrubar o ditador Muammar Gaddafi tomaram a cidade de Benghazi.
Asad prometeu inicialmente algumas reformas rasas, mas seus apelos pelo fim dos protestos foram rejeitados por rebeldes que exigem o fim de seu regime. Na semana passada, quando o governo perdeu o controle de Jisr al Shughour, Assad abandonou qualquer promessa de reforma.
O governo alega que a revolta popular é parte de uma conspiração de grupos estrangeiros para desestabilizar o país, alimentando as divisões sectárias.
A maioria das operações militares ocorreu em áreas de fronteira como Jisr al-Shughour, perto da Turquia, na cidade de Daraa, perto da Jordânia, e na província de Homs, na fronteira com a Líbano.
Ativistas dizem que mais de 1.200 sírios morreram e cerca de 10 mil foram detidos na repressão do regime à revolta popular que começou em meados de março. Cerca de 10 mil fugiram da repressão da Síria, cerca de 8.500 para a Turquia.
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