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17/07/2011 - 15h11

Rebekah Brooks não sabia que seria detida, diz agente

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A ex-presidente-executiva da News International Rebekah Brooks não sabia que seria detida neste domingo, ao comparecer voluntariamente à delegacia de Londres para prestar depoimento sobre o escândalo de grampos e escutas ilegais que teriam sido utilizados pelo tabloide "News of the World".

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Segundo o porta-voz de Brooks, David Wilson, ela só soube que seria questionada na noite de sexta-feira e não sabia que o interrogatório resultaria em sua detenção.

Chefe do braço britânico do conglomerado de mídia do magnata Rupert Murdoch, o News Corporation, Brooks foi detida sob suspeita de conspirar para interceptar comunicações e também corrupção.

Olivia Harris-10jul.2011/Reuters
O magnata australiano Rupert Murdoch e a presidente-executiva da News International, Rebekah Brooks
O magnata australiano Rupert Murdoch e a presidente-executiva da News International, Rebekah Brooks

Considerada uma "filha postiça" de Murdoch, a prisão de Brooks leva as investigações sobre o "News of the World" para o círculo íntimo do magnata da mídia.

Pressionada pelo escândalo, Brooks se demitiu na sexta-feira (15) como ex-presidente-executiva da News Internacional, braço britânico da News Corporation, conglomerado de mídia do magnata australiano, Rupert Murdoch.

Ela se apresentou voluntariamente à delegacia de Londres às 12h e está sob custódia de oficiais das Operações Weeting e Elveden, que investigam as escutas ilegais e as denúncias de que jornalistas do "News of the World" subornaram policiais por informações.

Outras nove pessoas já foram presas com relação à investigação. Na quinta-feira passada (14), foi Neil Wallis, ex-editor executivo do "News of The World". Dias antes, foi Andy Coulson, ex-diretor do jornal e ex-porta-voz do premiê David Cameron.

Brooks comparecerá ainda ao Parlamento britânico na próxima terça-feira para responder a perguntas sobre o escândalo de grampos envolvendo os jornais do grupo de Rupert Murdoch.

O convite foi feito na quinta-feira pelo Comitê de Cultura, Mídia e Esporte, que afirma ter "perguntas sérias" sobre as provas apresentadas por Brooks e Coulson durante audiência semelhante em 2003.

Com sua detenção e interrogatório, contudo, Brooks deve se abster de responder diversas perguntas dos legisladores. Ela não poderá comentar nada que prejudique as investigações policiais em andamento.

Brooks vinha sofrendo uma intensa pressão para deixar o cargo desde que o escândalo ganhou novas proporções nas últimas semanas, com denúncias de que um detetive contratado pelo tabloide acessou as mensagens de voz do celular de uma adolescente assassinada.

Na sexta-feira (15), ela anunciou sua demissão alegando que sua tentativa de se manter no cargo a colocou no centro da polêmica: "Isso está, agora, desviando a atenção de todos os esforços de resolver os problemas do passado".

Ela disse ainda que a reputação da companhia, "assim como as liberdades de imprensa que valorizamos tanto" estão sob risco.

ESCÂNDALO

Há anos há denúncias e relatos de que repórteres do tabloide acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades e membros da família real para obter informações exclusivas.

Nas últimas semanas, o escândalo ganhou novas proporções com denúncias de que vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque foram grampeados. Há ainda relatos de que o tabloide teria pago propina a policiais por informações.

Nesta semana, a comandante da Operação Weeting, que investiga os grampos, Sue Akers admitiu ao Parlamento que apenas 170 pessoas foram contatadas até agora de uma lista de 3.870 nomes, 5.000 telefones fixos e 4.000 celulares.

O "News of The World" pertencia ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, pertencente a Murdoch.

O tabloide era o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares. Sua última edição, com o título "Obrigado e Adeus", circulou no domingo passado (10), após decisão de Murdoch de fechar a publicação de 168 anos.

O escândalo também teve repercussão nos negócios de Murdoch. Ele se viu obrigado a retirar a oferta de adquirir a totalidade das ações do canal pago BSkyB, da qual já possui 39%.

 

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