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05/08/2011 - 08h33

Diferencial de risco de Espanha e Itália bate recorde

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O diferencial do rendimento dos títulos de Espanha e Itália com o bônus da Alemanha, referência da saúde da economia nos países da zona euro, registrou um recorde nesta sexta-feira.

Às 4h30 de Brasília, o prêmio de risco era de 408 pontos básicos em relação à Espanha e de 407 em relação à Itália.

As obrigações espanholas a 10 anos subiram a 6,310%, contra 6,271% no fechamento de quinta-feira, e as da Itália a 6,227%, contra 6,189%.

O Bund alemão a 10 anos caiu a 2,229%, contra 2,299%.

Itália e Espanha estão no centro da crise da dívida europeia e o mercado teme o efeito da quebra das duas economias --muito maiores que a da Grécia e da Irlanda, que foram resgatadas pela União Europeia e FMI (Fundo Monetário Internacional).

O mercado teme que os governos não tenham feito o necessário para enfrentar o frágil crescimento econômico e que a crise saia do controle.

O Produto Interno Bruto (PIB) italiano cresceu 0,8% no segundo trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os dados provisórios divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat).

A taxa de crescimento cai para 0,3% na comparação com o trimestre anterior de 2011. De acordo com os dados do Istat, o crescimento do PIB será de 0,7% em 2011, número abaixo das estimativas do governo de alta de 1,1%.

Já a economia espanhola desacelerou seu ritmo de crescimento trimestral a 0,2% entre abril e junho, enquanto registra alta de 0,7% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco da Espanha.

Em ambos os casos os índices cresceram 0,1% menos que no trimestre de janeiro a março.

A desaceleração é consequência da contração da demanda interna, mais pronunciada que no trimestre anterior, enquanto o setor exterior aumentou sua contribuição positiva.

A taxa de juros dos títulos italianos, que já está acima dos 6%, aumentou acentuadamente, agravando a preocupação sobre a situação insustentável da dívida da Itália. A taxa de juros dos títulos espanhóis também aumentou. Tal cenário se deu apesar da intervenção do Banco Central Europeu, que, pela primeira vez desde março, começou a comprar títulos em uma tentativa de evitar que a crise da dívida engula a Itália.

Como muitos bancos europeus possuem títulos de países como a Espanha e a Itália, surge a preocupação com a saúde do sistema bancário no momento em que o valor desses títulos cai. Muitos bancos europeus estão se esforçando para obter financiamento no mercado de crédito, cada vez mais caro, o que aumenta o alerta.

Nesse sentido, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, deixou subentendido na quinta-feira que deve retomar o programa de compra de títulos e afirmou que a instituição vai voltar a injetar liquidez nos mercados a partir do próximo dia 9, quando emprestará recursos aos bancos em operação extraordinária.

Apesar disso, as ações dos bancos caíram vertiginosamente na quinta-feira na Europa. A venda generalizada de ações europeias nesta semana reduziu o valor de mercado dos índices de blue chips (as principais) da Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Espanha e Holanda em mais de 400 bilhões de euros.

Analistas destacam que mesmo que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) utilize todos os recursos de que dispõe para apoiar os dois países, só poderá gastar no máximo 340 bilhões de euros, volume insuficiente para socorrer a terceira e a quarta economias europeia.

 

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