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Inflação alta e crescimento fraco colocam dilema político da China em destaque
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JAMIL ANDERLINI
DO "FINANCIAL TIMES"
A China reportou inflação persistentemente alta e crescimento mais baixo do que o esperado para julho, o que coloca em destaque o dilema de política econômica que os líderes do país enfrentam enquanto as crises de dívida cada vez mais graves na Europa e Estados Unidos causam abalos nos mercados mundiais.
O índice de inflação nos preços ao consumidor chineses subiu a 6,5% em julho, ante os 6,4% de junho, de acordo com dados divulgados na terça-feira pelo Serviço Nacional de Estatísticas da China.
A inflação foi causada principalmente pelos preços voláteis dos alimentos, que em julho subiram em 14,8% ante suas marcas no mesmo mês em 2010.
O crescimento ficou abaixo das expectativas para o mês passado na produção industrial, vendas do varejo e investimento, mas os números da inflação não permitem que Pequim afrouxe a política monetária. De outubro para cá, Pequim elevou os juros cinco vezes e aumentou o valor das reservas que os bancos do país precisam reter junto ao banco central nove vezes.
A despeito da aceleração na alta dos preços em julho, a maior parte dos economistas acredita que a inflação tenha chegado ao seu pico naquele mês e que agora se atenuará.
Brian Jackson, do Royal Bank of Canada em Hong Kong, diz que "o aspecto encorajador dos dados divulgados hoje é de que a inflação geral nos preços ao consumidor subiu apenas um pouco, depois de um grande salto no mês anterior".
"Acreditamos que a inflação esteja próxima de seu pico e que tenderá a cair pelo restante do ano, quando a comparação com a base do exercício anterior se tornará favorável", acrescentou.
Os preços de commodities como o petróleo estão em queda, em meio a sinais de uma desaceleração no crescimento mundial. Os preços da carne de porco, um fator importante na inflação chinesa dos últimos meses, começaram a se estabilizar.
O crescimento no investimento em ativos fixos caiu a 24,5% ante julho de 2010; em junho, havia sido de 25,1%, de acordo com estimativas da Barclays Capital. Muitos economistas agora acreditam que a China manteve seu aperto monetário por tempo demais em 2008, quando o crescimento se desacelerou no Ocidente, o que forçou o país a adotar um grande pacote de estímulo quando a economia mundial entrou em recessão, em setembro de 2008.
Stephen Green, do banco Standard Chartered, em Hong Kong, disse que as autoridades chinesas não querem cometer o mesmo erro de novo. Mas ao mesmo tempo sabem que a inflação pode voltar rapidamente --e devem também estar preocupadas com a possibilidade de que qualquer indicação do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) quanto a uma possível terceira rodada de relaxamento quantitativo cause alta imediata nos preços das commodities.
Tradução de Paulo Migliacci
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