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10/08/2011 - 18h11

Bolívia ameaça bloquear diálogo caso índios marchem contra estrada

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DA ANSA, EM LA PAZ

O governo da Bolívia afirmou que, se os indígenas do Parque Nacional Isiboro Sécure insistirem em realizar uma marcha na próxima semana na capital La Paz, vai encerrar o diálogo sobre a construção de uma rodovia que pode cruzar a maior reserva florestal do país.

A advertência foi feita pelo ministro da Presidência, Carlos Romero, depois dos índios deixarem de comparecer a uma reunião marcada com uma comissão governamental que os esperava em Trinidad, capital do estado de Beni, a 600 km de La Paz.

Romero disse por telefone à rádio Panamericana que, se o governo abre "publicamente a possibilidade de diálogo", não é possível submetê-lo "a uma chantagem". O ministro ainda qualificou como "injusta" a marcha por La Paz, que foi marcada para segunda-feira.

A população indígena do Parque Nacional se posiciona contra a possível divisão em duas partes da reserva com a construção do trecho II da estrada que ligará os municípios de Villa Tunari, em Cochabamba, e San Ignacio de Moxos, em Beni.

O deputado indígena Pedro Nuri, do partido governista MAS (Movimento ao Socialismo), desqualificou o ministro Romero como um interlocutor válido para resolver o problema, já que, antes de ocupar o cargo atual, foi assessor dos povos indígenas.

O representante dos índios da reserva Fernando Vargas reiterou que já está definido que qualquer "diálogo deve ser feito dentro da marcha ou chegando a La Paz".

O protesto terá início no dia 15 de agosto em Trinidad, na mesma data em que essa população iniciou em 1990 uma marcha "pela dignidade, terra e território", exigindo uma nova Constituição, finalmente aprovada em 2009.

O projeto da rodovia tem custo de US$ 410 milhões, dos quais US$ 350 milhões foram concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) do Brasil, e sua construção está a cargo da empreiteira brasileira OAS, que venceu a licitação em 2008.

Na semana passada, o governo brasileiro anunciou que o financiamento do trecho está suspenso. De acordo com o embaixador do Brasil em La Paz, Marcel Fortuna Biato, o investimento "somente será concedido quando, na Bolívia, terminarem os estudos de impacto sócio-ambiental".

 

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