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Polícia britânica continua com reforço nas ruas para evitar novos distúrbios
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A polícia britânica mantém neste fim de semana uma intensa presença nas ruas para evitar a repetição dos dístúrbios que começaram no sábado passado (6) e resultaram em ao menos cinco mortos, 1.600 detidos, além de prejuízos milionários a Londres e outras cidades.
Veja a galeria de fotos dos protestos em Londres
Medo se espalha em Londres, relata correspondente
Steve Kavanagh, subcomissário-assistente da Polícia Metropolitana, disse que 16 mil agentes, em vez dos 2.500 habituais, permanecerão a postos em Londres, na sua maior mobilização em tempos de paz. Há presença policial reforçada também em Nottingham, Birmingham e Liverpool.
Mesmo em épocas normais, distúrbios motivados pelo consumo de álcool são comuns nas ruas do Reino Unido nos fins de semana.
Depois de interromper suas férias por causa dos acontecimentos registrados entre sábado e terça-feira, o primeiro-ministro David Cameron disse que os saques, incêndios e depredações são "criminalidade, pura e simples".
Cameron nomeou William Bratton, elogiado ex-chefe de polícia nas cidades de Nova York, Los Angeles e Boston, como assessor do governo britânico, segundo a empresa onde Bratton trabalha.
O primeiro-ministro disse que houve erros táticos na reação inicial da polícia aos distúrbios, mas ele também tem sido alvo de críticas.
Segundo uma pesquisa da empresa ComRes para o jornal "The Independent", 54% dos britânicos acham que ele deveria ter demonstrado maior liderança no começo da crise.
Outro levantamento, feito pela ICM e publicado no "The Guardian", mostrou que apenas 30% dos entrevistados consideram que Cameron agiu bem diante dos incidentes, enquanto 44% acham o contrário.
DETIDOS
A atividade policial não se limita à vigilância: em menos de 24 horas ocorreram mais cem detenções em Londres. Com as novas ações policiais, o número de detidos por causa dos distúrbios chega a 1.210, dos quais 698 já foram processados. Diante dessa nova contabilidade, o total de detidos em todo o país supera os 1.700.
Num dos casos, em Londres, Natasha Reid, de 24 anos, se entregou à polícia porque, sentido-se culpada depois de furtar uma TV, não conseguia dormir, segundo seu advogado.
Outro caso é o de Chelsea Ives, 18, uma entre milhares de "embaixadores" que ajudarão visitantes durante a Olimpíada de 2012, que começa dentro de menos de um ano na cidade.
Ela foi identificada por sua mãe em imagens de TV, depois de supostamente atirar tijolos num veículo policial, segundo a imprensa. Ives negou as acusações de furto e vandalismo.
Os tribunais estão varando a noite trabalhando para fazer a triagem dos acusados de crimes que variam do furto de uma garrafa de água até lesão corporal.
Entre os detidos estão a filha de um milionário, um trabalhador humanitário e um estudante de jornalismo, embora a maioria seja de homens jovens e desempregados.
Em algumas cidades, a polícia tomou medidas excepcionais para evitar distúrbios. Na região metropolitana de Manchester, as autoridades divulgaram na Internet fotos de condenados, e usaram redes sociais para pedir ajuda na identificação de suspeitos de participar de saques.
VÍTIMAS
Pelo menos cinco pessoas morreram durante os distúrbios, iniciados no sábado à noite, após um protesto pacífico contra a morte de um taxista num incidente com a polícia.
A polícia deteve ao menos cinco suspeitos de envolvimento nas mortes de três jovens muçulmanos em Birmingham (centro da Inglaterra). Os jovens foram atropelados quando patrulhavam as ruas de um bairro para evitar saques.
O superintendente da polícia da região de West Midlands, Tim Baker, declarou neste sábado à imprensa que os cinco detidos têm entre 16 e 28 anos. Dois deles permanecem presos acusados de homicídio, enquanto a Polícia pediu mais tempo para continuar interrogando os outros três.
Baker concedeu entrevista coletiva conjunta com familiares dos três mortos. Na ocasião, o tio de dois deles, que eram irmãos, disse que o crime não teve nada a ver com raça ou religião das vítimas, mas infelizmente um "ato puramente criminoso".
A polícia interrogou neste sábado um jovem de 22 anos detido na sexta-feira pela morte de um aposentado de 68 anos, que foi atacado quando tentava combater um incêndio em um supermercado provocado durante os distúrbios de Ealing, no oeste de Londres.
Neste sábado, também prestaram depoimento dois suspeitos da morte de outro jovem de 26 anos que foi encontrado com um disparo na cabeça dentro de seu carro na noite da segunda-feira no bairro de Croydon, ao sul de Londres, e que morreu no dia seguinte.
A Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) deteve um homem de 26 anos em Mitcham, também no sul da capital, onde permanece preso, suspeito da morte do jovem. Um outro suspeito, detido em Brighton (sul da Inglaterra), foi colocado em liberdade após o pagamento de fiança depois de prestar esclarecimentos, informou a polícia.
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