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17/08/2011 - 09h14

Jejum de ativista anticorrupção impulsiona protestos na Índia

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DA REUTERS, EM NOVA DÉLI

Aumentaram nesta quarta-feira na Índia as manifestações em apoio a um ativista que, na prisão, faz greve de fome contra a corrupção. O abalado governo do primeiro-ministro Manmohan Singh parece incapaz de resolver o impasse.

O premiê disse que a greve de fome feita por Anna Hazare é "totalmente equivocada", no que foi repreendido por parlamentares aos gritos de "vergonha".

"É um alerta para todos nós caso não coloquemos nossa casa em ordem. O povo deste país está se tornando inquieto", disse Arun Jaitley, líder do partido oposicionista Bharatiya Janata.

O ativista de 74 anos jejuou nesta quarta-feira na prisão, diante da qual milhares de simpatizantes se aglomeraram. Detido na véspera por desrespeitar regras impostas ao seu protesto, ele foi liberado horas depois, mas recusou-se a deixar a cadeia até que seja autorizado a prosseguir publicamente com a greve de fome, em um parque da capital.

Hazare é um veterano ativista que usa sempre uma "kurta" (camisa) branca, uma touca branca e óculos semelhantes ao de Mahatma Gandhi, o herói nacional. Ele tem mobilizado milhões de pessoas em campanha por leis mais rígidas contra a corrupção.

Sajjad Hussain/France Presse
Guru da ioga, Swami Baba Ramdev, ao centro, participa de protesto em apoio ao ativista político Anna Hazare
Guru da ioga, Swami Baba Ramdev, ao centro, participa de protesto em apoio ao ativista político Anna Hazare

No Estado de Assam (nordeste), milhares de agricultores, estudantes e advogados fizeram uma passeata. Em Mumbai, capital financeira do país, 500 pessoas portando a bandeira indiana e usando toucas como a de Gandhi gritavam "Eu sou Anna".

Em Hyderabad, um importante polo tecnológico, advogados boicotaram os tribunais, alunos faltaram às aulas, e centenas de pessoas foram às ruas. Em todo o Estado de Andhra Pradesh, reduto do Partido do Congresso (governo), milhares de pessoas aderiram a protestos pacíficos

Em seu discurso no Parlamento, Singh, com ar impassível, admitiu "que Anna Hazare possa estar inspirado por ideais elevados". "No entanto, o caminho que ele escolheu para impor um projeto de lei ao Parlamento é totalmente equivocado, e carregado de graves consequências para a nossa democracia parlamentar", disse.

"Não devemos criar um ambiente em que nosso progresso econômico seja sequestrado por dissidências internas", acrescentou.

Mais protestos estão programados para toda a Índia, inclusive com uma convocação de greve do funcionalismo público.

O Partido do Congresso realizou uma reunião de emergência para discutir a crise. Mas a ausência da sua dirigente Sonia Gandhi, devido a uma doença não especificada, parece ter enfraquecido ainda mais o processo decisório dentro do governo.

 

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