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01/09/2011 - 13h49

Em telefonema, Berlusconi diz que vai embora da Itália

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DA ANSA, EM ROMA

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou que "vai embora" do país durante uma ligação telefônica interceptada no último dia 13 de julho e usada em investigações da Procuradoria de Nápoles.

"Em alguns meses me vou. Vou embora deste país de m..., do qual estou nauseado. Ponto e basta", disse Berlusconi, em uma conversa com Valter Lavitola, diretor e editor do jornal "Avanti!".

De acordo com as autoridades locais, o áudio é "relevante" por provar a "especial proximidade" entre o premiê e o editor, que está sendo investigado em um caso de extorsão. A ligação dura 13 minutos e o principal assunto da conversa são os processos judiciais contra Berlusconi. O premiê, por sua vez, nega as acusações contra ele.

"Eu sou assim, transparente, limpo nas minhas coisas. Não há nada que me possa incomodar, entendeu? Eu sou uma pessoa que não faz nada que possa ser assunto de notícias criminais. Estou absolutamente tranquilo", disse o chefe de governo no telefonema com Lavitola.

INVESTIGAÇÕES

Nesta quinta-feira, autoridades da Digos (Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais) de Nápoles prenderam o casal italiano Giampaolo Tarantini e Angela Devenuto sob acusação de cumplicidade em crime de extorsão de forma continuada.

De acordo com a imprensa italiana, mais três nomes estão sendo investigados, entre eles o de Valter Lavitola. A detenção foi executada sob mandado de prisão cautelar emitido pela juíza de Nápoles, Amelia Primavera. A investigação havia sido antecipada pela revista semanal italiana "Panorama" em sua edição do dia 24 de agosto.

Segundo a revista, a Procuradoria de Nápoles trabalha com a hipótese de que Tarantini teria recebido um montante de 500 mil euros para evitar que o nome de Berlusconi aparecesse em um processo judicial no qual o italiano era o único investigado.

A acusação é de que o dinheiro foi usado para Tarantini dizer que o premiê não sabia do que acontecia em algumas festas e impedir que o processo se tornasse público, o que acarretaria na difusão de interceptações telefônicas que poderiam comprometer Berlusconi.

As investigações são conduzidas pelos procuradores Henry John Woodcock, Francesco Curcio e Vincenzo Piscitelli. Em declarações à revista, o premier negou ter sido vítima de extorsão e declarou que "ajudou uma pessoa [Tarantini] e uma família com filhos que se encontrava, e se encontra, em graves dificuldades econômicas".

Mas trechos de outras conversas telefônicas entre Tarantini e Lavitola demonstram que a dupla tinha o objetivo de manter Berlusconi "com a corda no pescoço", "de joelhos" e "sob pressão", segundo expressões usadas durante as ligações.

 

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