Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/09/2011 - 23h21

Rebeldes rastreiam paradeiro de Gaddafi; Brasil bloqueia ativos líbios

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os rebeldes líbios acreditam que o ditador Muammar Gaddafi possa ter deixado o país rumo ao Chade ou ao Níger, com a ajuda de tribos leais ao regime, informaram autoridades militares dos oposicionistas à agência de notícias Reuters.

Hisham Buhagiar, que coordena os esforços em busca do ditador, disse que as últimas informações indicam que Gaddafi pode ter estado há três dias na região de Ghwat, no sul da Líbia, a cerca de 950 quilômetros da capital Trípoli e a 300 quilômetros ao norte da fronteira com o Níger.

Editoria de Arte/Folhapress

"Acho que ele está fora de Bani Walid. Pelas últimas informações, ele estava na área de Ghwat. As pessoas viram os carros indo naquela direção (...) Temos isso de várias fontes, que ele está tentando ir mais para o sul, em direção ao Chade ou Níger", disse Buhagiar.

Gaddafi, que foi deposto do poder em agosto depois que uma revolta contra seu regime chegou a Trípoli, pode estar viajando em um comboio que na noite de segunda-feira cruzou a fronteira entre a Líbia e o Níger.

As informações chegam horas após o governo brasileiro ter anunciado o bloqueio de ativos da família de Gaddafi e do Banco Central da Líbia no banco ABC Brasil e na distribuidora de valores de mesmo nome.

O bloqueio foi pedido pela AGU (Advocacia-Geral da União), na última sexta-feira (2), e cumpre resolução da ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo a AGU, o embargo aos ativos ligados à família de Muammar Gaddafi e a instituições públicas da Líbia "visa impedir o armamento de forças ligadas ao ditador".

A decisão não afeta as operações do banco no Brasil. O bloqueio impede apenas que o governo da Líbia negocie as ações que possui nestas instituições financeiras ou receba dividendos ou outro tipo de remuneração desta empresas.

O Banco Central da Líbia controla o banco e a distribuidora brasileiros por meio do Arab Banking Corporation (ABC), banco internacional com sede no Bahrein.

Segundo o Banco Central do Brasil, a fiscalização brasileira não detectou qualquer problema nas operações e contas da instituição financeira, que possui 528 funcionários e sete agências no Brasil. O BC diz ainda que o bloqueio pode ser posteriormente revertido, sem prejuízo para os clientes do banco e da distribuidora.

A Justiça bloqueou 57,28% do capital social do Banco ABC e de 99% do capital da ABC Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) S.A.

Segundo a AGU, na decisão, a Justiça Federal ressaltou que as resoluções da ONU visam "suprimir as fontes financeiras que possam contribuir para o armamento, o desrespeito aos direitos humanos e a utilização da violência contra civis."

EUA PRESSIONAM NÍGER

Os Estados Unidos pediram que o Níger detenha todos os aliados de Gaddafi que cruzaram a fronteira durante a madrugada após o Departamento de Estado americano ter recebido confirmação das autoridades nigerinas quanto à presença de membros do alto escalão do regime no comboio. Não há indicação, contudo, de que o próprio ditador da Líbia esteja entre eles.

Embora o chanceler do Níger tenha negado que o comboio tenha "as proporções que se atribuem", os EUA dizem que seu embaixador no país africano obteve confirmação de que o comboio incluiu, de fato, figuras importantes do regime líbio.

"Pedimos nos termos mais fortes que as autoridades nigerinas detenham esses membros do regime que podem ser objeto de processo, a fim de garantir que confisquem quaisquer armas que encontrem e que qualquer bem do governo da Líbia, e que dinheiro e joias também sejam apreendidos para que sejam devolvidos ao povo líbio", disse Nuland.

Ela afirmou que os EUA também pediram que o Níger trabalhe com Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político dos rebeldes que atualmente governa a Líbia de forma interina, a fim de garantir que seus interesses sejam atendidos ao levar os passageiros do comboio à Justiça.

"Todos serão sujeitos a uma proibição de viagens pelas Nações Unidas, por isso estamos trabalhando juntos com o governo de Níger", afirmou Nuland.

Autoridades do Níger disseram que Mansour Dhao, chefe da segurança pessoal de Gaddafi, entrou no Níger no domingo.

COMBOIO

Fontes militares disseram à agência de notícias Reuters que um comboio de entre 200 e 250 veículos tinha sido escoltado à cidade de Agadez, no norte do país, por homens do Exército do Níger. As autoridades norte-americanas disseram que o regime de Gaddafi tinha laços próximos com os rebeldes Tuareg, com base no Níger, alguns dos quais foram à Líbia ajudar a defender o ditador.

Uma fonte militar francesa afirmou à Reuters que era possível que Gaddafi e seu filho Saif al Islam se juntassem ao comboio mais tarde e que se dirigissem a Burkina Fasso, país vizinho ao Níger.

Um jornalista de uma rádio de Agadez, no norte de Níger, informou que "várias testemunhas disseram ter visto no comboio Rhisa Ag Bula, uma das figuras das rebeliões tuaregues em Níger e pessoa muito próxima de Gaddafi".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página