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10/09/2011 - 10h05

EUA vão liberar US$ 2,8 bilhões a vítimas do 11/9

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DA REUTERS, EM NOVA YORK (EUA)

Em uma noite no final de julho, Sheila Birnbaum dirigiu-se a uma sala cheia de bombeiros e policiais no Queens, em Nova York, e anunciou: "Vou afetar a vida de vocês".

Não era um exagero. Quase dez anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, Birnbaum foi convidada pelo secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, para comandar o segundo Fundo de Indenização das Vítimas do 11/9.

O primeiro fundo distribuiu mais de US$ 7 bilhões a famílias dos quase 3.000 mortos nos atentados. A nova quantia será de US$ 2,8 bilhões, verba liberada pelo Congresso para indenizar policiais, bombeiros, socorristas, vizinhos e outras pessoas que tenham sofrido doenças relacionadas à exposição aos destroços.

Essa advogada nova-iorquina, de 71 anos, ouviu bastante no evento do Queens, uma das várias reuniões convocadas por ela depois de ser nomeada para o cargo, em maio. O câncer não aparece na lista de doenças pelas quais é possível pleitear indenização do fundo.

"Acho que isso é simplesmente uma injustiça", disse o policial aposentado John Marshall, de 52 anos, que trabalhou no local da tragédia e agora usa um tubo para ajudá-lo a respirar, devido a um câncer de garganta. "Parem de olhar para nós por um microscópio e olhem para nós como pessoas", queixou-se ele a Birnbaum.

Uma nuvem de fumaça tóxica foi liberada no desabamento do World Trade Center, depois de as torres gêmeas serem atingidas por aviões sequestrados. Posteriormente, houve contaminação também na retirada dos destroços do terreno. O novo fundo servirá para indenizar pessoas que adoeceram em decorrência disso, vitimadas por males pulmonares e por certas doenças musculares e ósseas.

Em entrevista no seu escritório, na firma de advocacia Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom, Birnbaum disse que as emoções que cercam o 11 de Setembro continuam tão à flor da pele hoje quanto há dez anos para muitos envolvidos.

"E, na verdade, às vezes até mais, porque eles se sentiram abandonados pelo caminho", afirmou.

Conhecida por seu pragmatismo, a advogada diz não levar as queixas para o lado pessoal. "Entendo que isso se dirige contra 'o governo', e sou a representante que está lá parada", disse ela. "Se houvesse outra pessoa lá parada, a raiva seria dirigida contra ela."

Birnbaum disse que vai levar "o tempo que for necessário" para supervisionar o fundo -- até sete anos, por sua estimativa.

Kenneth Feinberg, que administrou o primeiro fundo de indenização às vítimas, disse que a experiência de Birnbaum --ela foi mediadora em um litígio relacionado ao 11 de Setembro --fazia dela uma "escolha natural" para comandar o novo fundo.

"Não consigo pensar em ninguém mais qualificada para isso", afirmou em entrevista.

 

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