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Egito promete proteger embaixadas e garantir segurança
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DA FRANCE PRESSE, DO CAIRO
O Egito expressou oficialmente neste sábado (10) seu "compromisso total" em proteger as representações diplomáticas em seu território, no dia seguinte a um violento ataque contra a Embaixada de Israel no Cairo.
"O Egito expressa seu compromisso total de respeitar as convenções internacionais, incluindo a proteção das representações diplomáticas", afirmou o ministro da Informação, Usama Heikal, em uma mensagem difundida pela televisão.
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Heikal anunciou também que as autoridades egípcias aplicarão "todas as disposições da lei sobre o estado de emergência", vigente há 30 anos e que prevê medidas policiais e judiciais de exceção para garantir a segurança.
Esta polêmica lei, criticada pelas associações humanitárias e cuja abolição foi uma das reivindicações durante a revolta que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak em fevereiro, prevê medidas policiais e judiciais que estão fora do direito comum: tribunais de exceção e restrição à liberdade de reunião.
O ministro lamentou qualquer ato que "atente contra a imagem internacional do Egito", após as condenações manifestadas por diferentes países, preocupados com o futuro das relações entre Israel e Egito, ligadas ao acordo de paz de 1979, o primeiro assinado entre o Estado hebreu e uma nação árabe.
Ronen Zvulun/Reuters |
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou hoje que um "desastre" havia sido evitado |
Na sexta-feira à noite, mais de mil manifestantes, armados com martelos, barras de ferro e cordas, derrubaram o muro construído há poucos dias para proteger a delegação diplomática hebraica, localizada no alto de um edifício de 20 andares.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou em Jerusalém que um "desastre" havia sido evitado.
O número dois da embaixada israelense permanecerá no Cairo depois da saída do embaixador Yitzhak Levanon, que voltará à capital egípcia "quando as condições de segurança da embaixada estiverem garantidas", declarou um porta-voz do governo israelense.
Em declarações por rádio neste sábado à noite, Netanyahu assegurou que seu país se compromete a "preservar a paz com o Egito".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou sua "grande preocupação" e pediu que o governo egípcio proteja a embaixada.
O Departamento de Estado americano divulgou um comunicado neste sábado para mostrar sua "profunda preocupação" com este conflito.
"Estamos mantendo contato com os governos egípcio e israelense sobre este grave incidente" e a secretária de Estado, Hillary Clinton, tem se comunicado com o chanceler egípcio Mohamed Amr para expressar sua preocupação, indicou o comunicado.
Na manhã deste sábado, as ruas do Cairo ainda estavam cheias de pedras e cacos de vidro, marcas da violência dos enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança, que deixaram três mortos e mais de 1.000 feridos, entre eles 300 policiais.
Uma quarta pessoa teria morrido após os ataques. Essa quarta vítima teria sofrido uma parada cardíaca, indicou uma fonte de saúde. As informações sobre o número de mortos são desencontradas.
CONFRONTOS
Egito e Israel são países aliados, mas a embaixada virou alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios, no dia 18 de agosto, supostamente em uma ação das forças israelenses contra palestinos na fronteira de Israel com o Egito.
Autoridades egípcias dizem que os cinco foram mortos quando as forças de segurança de Israel perseguiram supostos militantes através da fronteira.
No mesmo dia, atiradores haviam atacado ônibus civis israelenses perto do resort israelense de Eilat, localizado no Mar Vermelho, matando oito pessoas.
Centenas de egípcios protestaram em frente ao prédio da embaixada de Israel na noite seguinte, queimando uma bandeira do país e exigindo a expulsão do embaixador.
Depois do incidente registrado no mês passado na fronteira, Cairo definiu a morte dos policiais como "inaceitável". Israel não admitiu responsabilidade no caso, mas lamentou as mortes.
O ministro de Defesa de Israel disse ter ordenado um inquérito em conjunto com o Exército egípcio.
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