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01/10/2011 - 12h05

Autoridade do Iêmen critica EUA por pedirem saída de Saleh

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DA REUTERS

O vice-ministro da Informação do Iêmen, Abdu Janadi, disse que os Estados Unidos mostraram falta de respeito pela democracia e por seus parceiros na luta contra o terrorismo ao renovar seu pedido para que o ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, renuncie horas depois de Anwar al-Awlaki ter sido morto com ajuda do governo.

Autoridades americanas afirmaram que, na sexta-feira, um avião teleguiado da CIA (serviço de inteligência americano) matou Awlaki, um clérigo nascido nos EUA e visto como um dos mais eloquentes propagandistas em inglês da rede terrorista Al Qaeda, na província iemenita de Al-Jawf.

Fontes de segurança do Iêmen afirmaram que o ataque foi possível depois que a inteligência local obteve informações após capturar um membro da Al Qaeda.

A Casa Branca afirmou na sexta-feira que a morte de Awlaki não alterou sua exigência para que Saleh assine um acordo sob o qual ele deixará o poder. Saleh, que repetidamente tem se esquivado do plano, enfrenta há mais de oito meses protestos de iemenitas que exigem o fim de seu governo, que já dura 33 anos.

"Depois dessa grande vitória de pegarmos Awlaki, a Casa Branca pede para que o presidente deixe o poder imediatamente? Os americanos nem ao mesmo respeitam quem coopera com eles," afirmou o vice-ministro da Informação, Abdu Janadi.

Saleh é visto como um parceiro inconstante do Ocidente em sua luta contra o braço da Al Qaeda no Iêmen. Em algumas vezes, ele ajudou os esforços norte-americanos e, em outras, dizem críticos, explorou a ameaça militante para ganhar mais apoio estrangeiro.

"O presidente Saleh foi eleito... Eles (americanos) nos pediram para sermos parceiros na luta contra o terrorismo. O presidente permitiu um grande acordo para a guerra contra o terror. Pela posição deles, parece que não respeitam a democracia," afirmou Janadi.

Saleh retornou na semana passada da Arábia Saudita, onde era tratado de ferimentos ocorridos em uma tentativa de assassinato em junho. O retorno foi visto por muitos iemenitas como um mau presságio para qualquer plano de transição de poder.

Manifestantes afirmaram que o momento da morte de Awlaki, logo após o retorno de Saleh, era outra manobra do presidente para se manter no poder.

Autoridades de segurança do Iêmen negaram informações na imprensa de que, entre os mortos com Awlaki, estava Ibrahim Asiri, um saudita fabricante de bombas e que acredita-se ter feito os explosivos usados em dois planos frustrados da Al Qaeda de explodir aviões com destino aos EUA.

Janadi disse em coletiva de imprensa que os restos de Awlaki serão apanhados por seu pai neste sábado. "Não é um cadáver, ele está em pedaços," disse.

 

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