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Estudantes chilenos aprovam ruptura de diálogo com o governo
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DA EFE
Os líderes dos estudantes chilenos reunidos na cidade de Valdivia (sul) ratificaram na noite desta sábado e madrugada de domingo que não continuarão na mesa de diálogo com o governo, convocando dois dias de mobilização para os próximos 18 e 19 de outubro.
Na quarta-feira passada, os estudantes, que estão há quase cinco meses mobilizados em prol de um ensino gratuito e de qualidade, romperam o diálogo que mantinham com o governo, ao qual acusaram de intransigente no tema da gratuidade.
Apesar disso, este sábado eles tinham se reunido em Valdivia, a cerca de 840 quilômetros ao sul de Santiago, para tentar voltar a se sentar com o Executivo, no entanto, as universidades tradicionais que formam a Confech (Confederação de Estudantes do Chile), rejeitaram esta possibilidade.
A líder dos estudantes, Camila Vallejo, afirmou em entrevista coletiva que a ruptura aconteceu "pelas declarações do presidente (Sebastián) Piñera contra a gratuidade na educação; a lei maldita do ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, e a suspensão de bolsas de estudos em algumas universidades".
Ela destacou que com essa postura o governo sempre buscou que o diálogo não chegasse a um bom final, ao colocar sobre a mesa uma proposta que já foi rejeitada pelo movimento educacional.
Nesta sexta-feira, o governo descartou fazer uma nova proposta ao movimento estudantil, após a ruptura do diálogo que buscava uma solução para as mobilizações, "A postura do governo já está clara", enfatizou o ministro da Educação, Felipe Bulnes.
O governo descartou a reivindicação estudantil de um ensino gratuito para todos, com o argumento que isso representaria os pobres financiando a educação dos ricos.
Por outro lado, propôs aumentos substantivos de bolsas de estudos para os alunos de setores pobres e classe média baixa, o que foi rejeitado pelos estudantes, pois segundo sua opinião não significa mudança alguma no sistema educacional.
"Não estamos dizendo que os pobres financiem os ricos, mas os ricos, 5% da população chilena, devem financiar a educação mediante uma reforma tributária", declarou Vallejo.
Mobilizados desde meados de maio, os estudantes solicitam ao governo que se congele o envio ao Congresso de projetos de lei relativos à educação, que se assegure a transparência no diálogo e que não se outorguem recursos públicos às instituições que lucram com o ensino.
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