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Presidente palestino chega a Colômbia em busca de apoio na ONU
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DA FRANCE PRESSE, EM BOGOTÁ
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, chegou neste domingo à Colômbia, país estratégico em sua campanha pela adesão a um Estado de Palestina à ONU por ser membro não-permanente do Conselho de Segurança da entidade e possuir, portanto, direito a voto.
Abbas prevê ficar na Colômbia até terça-feira, quando se reunirá com o presidente Juan Manuel Santos, antes de prosseguir em sua série de visitas internacionais.
O presidente palestino chegou às 22h30 GMT (19h30 de Brasília), e foi recebido na base aérea militar de Catam pela vice-chanceler colombiana de assuntos multilaterais, Mónica Lanzetta.
O chanceler palestino, Riyab Al Maliki, e o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, acompanham Abbas, que não deu declarações à imprensa ao descer do avião em Bogotá, vindo de El Salvador e após visitar também a República Dominicana.
A visita de Abbas ocorre logo após os palestinos terem anunciado o apoio de ao menos oito dos 15 membros do Conselho de Segurança para sua proposta, ainda que os Estados Unidos já tenham declarado que aplicarão seu poder de veto.
A Colômbia ocupa também a Secretaria Geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), composta por 12 países do continente, todos favoráveis à adesão de um Estado da Palestina à ONU.
Com nove votos a favor e se não for apresentado nenhum veto, o Conselho de Segurança poderá formular uma recomendação e o tema passaria automaticamente a ser examinado pela Assembleia Geral da ONU, onde a maioria dos membros já aprova a adesão.
Abbas goza de uma tônica internacional positiva, como mostra a vitória diplomática obtida na quarta-feira na Unesco, cujo conselho executivo aprovou uma recomendação para que a Palestina seja membro pleno da ONU.
Firme aliada dos Estados Unidos, a Colômbia, contrariamente à maioria dos países da América Latina, anunciou que só apoiaria a criação de um Estado Palestino após as negociações de paz com Israel, como propõe o chamado "Quarteto" formado pelos Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia e que possui o objetivo de alcançar um acordo entre os dois países até o final de 2012.
A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, asseguró que a criação do Estado palestino "não irá passar" no Conselho de Segurança.
"Não vai haver a criação do Estado palestino. Que pode ser feito? A criação de um Estado observador que nem mesmo ajuda muito em seu território?", disse em uma entrevista a veículos colombianos na segunda-feira passada.
A chanceler alertou também sobre os riscos de um voto "forçado", que poderia ampliar o conflito.
Ante desta posição, a missão diplomática da Autoridade Palestina em Bogotá assegurou que Abbas "não pretende mudar o voto da Colômbia na ONU". "Viemos buscar o apoio da Colômbia, mais que seu voto", explicou à AFP o assessor político da missão, Alexander Montero.
Quando o presidente Santos e Abbas falaram em Nova York, onde ambos participaram da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, "Santos disse a Abbas que a Colômbia poderia contribuir com seu grão de areia na negociação", e isso é o que interessa, explicou o assessor ao recordar que a diplomacia deste país andino possui uma tradição de mediações.
"Parece possível termos a Colômbia como mediadora das negociações de paz", disse Montero.
O assessor também afirmou que a posição colombiana teria muito a ver com sua vontade de não contrariar o Congresso americano, oposto à adesão do Estado da Palestina à ONU e às portas da ratificação pelo legislativo americano de um histórico tratado de livre comércio (TLC) com a Colômbia, após quase seis anos de espera.
Na segunda-feira, Abbas receberá as chaves da cidade das mãos da prefeita de Bogotá, a esquerdista Clara López, e irá reunir-se com embaixadores na Colômbia de vários países árabes e também com a comunidade palestina residente no país sul-americano.
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